O movimento identitário está levando ao desaparecimento da mulher enquanto ente jurídico. Afinal, de acordo com seus ideólogos, não se pode afirmar que uma mulher seja uma mulher — é preciso levar em consideração o que ela acredita ser.
Para os defensores mais radicais do identitarismo, seria até mesmo impossível dizer que um fóssil de milhares de anos pertenceria a uma mulher ou a um homem. O Ministério das Mulheres atual, por sua vez, sequer define o que seria uma mulher. Na prática, essas ideias têm levado a verdadeiras aberrações, como homens praticando esportes em equipes femininas.
Ao negar a existência da mulher enquanto fenômeno biológico, os identitários acabam por eliminar a mulher enquanto cidadã com determinados direitos específicos.
O homem não precisa ser especificado enquanto tal porque ele é uma figura dominante na sociedade atual. Se juridicamente não existir o homem, este não perderá direitos. Para as mulheres, no entanto, isto é uma coisa grave, porque anula toda a luta das mulheres pelos direitos feminino. Como dito no caso dos esportes, estes direitos já não mais existem. Da mesma forma, estão sendo extinguidos nos presídios e até mesmo nos banheiros. Chegará a um ponto em que os direitos referentes à maternidade serão liquidados também.
A luta dos identitários contra os direitos femininos é acobertada por um golpe do regime jurídico brasileiro. Estabeleceu-se que criticar a ideia de que uma “mulher trans” é uma mulher é “transfobia”, sendo que tal crime sequer existe na legislação brasileira. O que há é o entendimento inconstitucional do Supremo Tribunal Federal (STF) de que isso pode ser equiparado ao crime de racismo e, portanto, levar alguém à cadeia.
Esta política não trará nada de positivo para as mulheres. Nem tampouco para qualquer setor oprimido. Ela apenas fortalecerá os setores que já são dominantes na sociedade.





