Oriente Médio

‘Hostilizar’ o Estado de ‘Israel’ é um dever

Presidente da Conib tenta apresentar crítica ao Estado sionista como algo emocional e injustificado

Em artigo publicado pelo Poder360 e intitulado Quando a ideologia supera os valores universais, Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib) e ex-secretário de Saúde do governo do tucano José Serra, procura apresentar o Estado sionista de “Israel” como uma vítima da direita e da esquerda.

“Nos extremos do espectro político, essa dinâmica tem criado uma convergência preocupante: tanto a esquerda quanto a direita, por diferentes caminhos, encontram um ponto em comum na hostilidade contra Israel.”

É uma fraude. Quem critica o Estado de “Israel” é a esquerda. Isto é, aquelas forças que se opõem à dominação imperialista. E sempre foi assim. Não se trata de uma mera “hostilidade”. A esquerda sempre teve como programa a destruição do Estado de “Israel”, uma vez que se trata de uma ocupação ilegal, colonial e supremacista contra um povo oprimido. Uma ocupação que, no final das contas, sempre serviu aos interesses da dominação econômica dos grandes monopólios.

A direita, por sua vez, sempre foi uma defensora de “Israel”. Afinal, essa aberração só pode existir com o apoio dos Estados Unidos, da França, do Reino Unido – enfim, dos países imperialistas. A defesa de “Israel” sempre esteve diretamente relacionada à defesa do programa criminoso do imperialismo – a política neoliberal, o fascismo, os golpes de Estado, o anticomunismo etc.

Dito isto, vamos aos argumentos do presidente da Conib.

Em primeiro lugar, Lottenberg insinua que a posição da “esquerda radical” seria hipócrita ou, no mínimo, incoerente.

“A esquerda radical, que historicamente se posicionou contra as discriminações, adota uma atitude seletiva e, muitas vezes, ignora perseguições em outras partes do mundo enquanto demoniza Israel.”

O autor teria de apontar que “discriminações” são essas que a esquerda ignora. O fato é que a esquerda sempre defendeu o lado dos oprimidos – o que, nos tempos atuais, corresponde à defesa de todos aqueles que lutam contra o imperialismo. É por isso que a esquerda, ao mesmo tempo em que defende o povo palestino, defende o povo iemenita, defende o povo russo, defende o povo venezuelano, defende o povo iraniano etc.

Não há “seletividade” nenhuma. A não ser que Lottenberg espere que a esquerda caia na propaganda imperialista de defender a “discriminação” contra os ucranianos – isto é, defenda os interesses da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra a Rússia.

Do ponto de vista da direita, o argumento de Lottenberg é igualmente escatológico:

“Já a extrema-direita, com seu histórico de preconceito contra judeus, instrumentaliza o mesmo discurso para alimentar sua retórica excludente.”

Seria preciso mostrar que “extrema direita” é essa que alimenta um “preconceito contra judeus” e que, devido a isso, defende o Estado nazista de “Israel”. No Brasil, onde Lottenberg aparentemente vive, o bolsonarismo não apenas apoia “Israel”, como leva suas bandeiras para suas manifestações. O regime nazista da Ucrânia apoia, inclusive com armas, o Estado de “Israel”. Nos Estados Unidos, a extrema direita pressiona o governo norte-americano para que endosse os crimes mais horrendos da entidade sionista.

E o próprio governo israelense é de extrema direita. Todos os setores sionistas, desde o chamado “sionismo de esquerda”, como a extrema direita israelense, são fascistas. Defendem a limpeza étnica do povo palestino. A guerra contra os palestinos foi retomada após o acordo de cessar-fogo porque a extrema direita israelense, representada por Itamar Ben-Gvir, pressionou o governo para que agisse contra os palestinos.

A ideia de que tanto esquerda contra direita “hostilizam” o Estado de “Israel”, como se isso fosse uma questão irracional, como se isso fosse apenas pano de fundo para uma perseguição aos “judeus” – que Lottenberg nem explica por que existiria -, serve apenas a um propósito: desqualificar quem se opõe ao Estado de “Israel”. Ou, em outras palavras, defender as atrocidades praticadas por este Estado terrorista, que, em um ano e meio, assassinou mais de 50 mil pessoas.

É este o papel de entidades como a Conib.

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