A Resistência Palestina, representada pelo Hamas, informou neste sábado (12) que uma delegação liderada pelo dirigente Khalil al-Hayya se dirigiu ao Cairo, capital do Egito, para dar continuidade às tratativas por um cessar-fogo. A ida da delegação ocorreu a convite oficial do governo egípcio.
Em comunicado, o Hamas destacou que mantém um posicionamento positivo frente a propostas que assegurem um cessar-fogo permanente, a retirada total das forças de ocupação da Faixa de Gaza, o fim do sofrimento do povo palestino e a realização de uma troca séria de prisioneiros. A delegação tem como objetivo discutir com os mediadores egípcios e cataris os termos para um possível acordo.
As negociações continuam apesar da propaganda do regime sionista sobre um “impasse”. Segundo informações divulgadas pela rede Kan, entidade de comunicação vinculada à ocupação, as conversas seguem em sigilo com o intuito de evitar pressões e permitir avanços.
De acordo com essas fontes, propostas envolvendo a libertação de dez prisioneiros de guerra estão em debate, incluindo cidadãos com dupla nacionalidade estadunidense e israelense. O Hamas, por sua vez, propôs a libertação de cinco prisioneiros.
Enquanto isso, a ofensiva sionista avança. O exército da ocupação anunciou a tomada do chamado “eixo Morag”, uma faixa estratégica entre Rafá e Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. O ministro da Segurança da entidade sionista, Israel Katz, declarou que a zona entre a Rota Filadélfia — fronteira com o Egito — e Morag foi incorporada à chamada “zona de segurança” do regime.
Em pronunciamento, Katz instigou a população de Gaza a se voltar contra a Resistência, repetindo a velha retórica colonialista de colaboração como único caminho para “a paz”. As movimentações diplomáticas seguem em paralelo.
O chanceler egípcio, Badr Abdelatty, reuniu-se com o ministro palestino das Relações Exteriores Mohammad Mustafa, para tratar dos esforços do Egito na retomada do cessar-fogo e da segunda fase das negociações. Abdelatty reiterou a rejeição total à política de deslocamento forçado dos palestinos e reforçou a defesa do direito inalienável do povo palestino a seu território, incluindo o reconhecimento de um Estado independente com capital na parte oriental de al-Quds.
O encontro, realizado à margem do Fórum Diplomático de Antália, também tratou da reconstrução da Faixa de Gaza, articulada entre países árabes e organismos internacionais, e da conferência que será promovida pelo Egito, em cooperação com a Autoridade Palestina e a ONU.
Os diplomatas abordaram ainda a situação na Cisjordânia, que permanece sob intensas incursões militares do exército sionista contra cidades palestinas e campos de refugiados. A repressão, somada à ofensiva em Gaza, é parte de uma campanha que visa destruir a Resistência Palestina e consolidar o controle da ocupação sobre toda a Palestina histórica.
A delegação do Hamas deve continuar os debates no Cairo neste domingo. Um alto dirigente do partido afirmou à emissora libanesa Al Mayadeen que novas propostas estão sendo analisadas com vistas a um acordo que possa pôr fim à agressão sionista. O Hamas, como reiterado em diversas ocasiões, está comprometido com iniciativas que respeitem os direitos do povo palestino e ponham fim à ocupação.