O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) rejeitou as acusações do enviado norte-americano para o Oriente Médio, Steve Witkoff, de que o grupo estaria agindo de má-fé nas negociações, afirmando que sua última resposta ao cessar-fogo foi coordenada com todas as organizações palestinas e recebeu o aval dos mediadores.
Em comunicado oficial divulgado nesta sexta-feira, o Hamas reafirmou seu compromisso com negociações “sérias e responsáveis” para pôr fim à agressão israelense iniciada em 7 de outubro de 2023. A organização destacou que sua última proposta foi enviada aos mediadores após “consultas extensas com as facções palestinas, países amigos e todas as partes envolvidas”, ressaltando que demonstrou flexibilidade ao responder positivamente a sugestões para superar obstáculos rumo a um acordo “justo e abrangente”.
O Hamas frisou que sua prioridade continua sendo “encerrar a agressão, levantar o cerco e alcançar um acordo estável e duradouro que preserve os direitos e os sacrifícios do povo palestino”.
O Hamas criticou as recentes declarações de Witkoff, que acusou o grupo de não estar disposto a reduzir as tensões e disse que a última Resposta Palestina mostrava falta de seriedade. O Hamas descreveu as afirmações como “inexatas” e “distantes da verdade”, ressaltando que os mediadores “acolheram e expressaram satisfação” com a proposta palestina, em total contraste com a versão norte-americana.
As delegações dos Estados Unidos e de “Israel” se retiraram recentemente das negociações indiretas no Catar, alegando que o Hamas não teria apresentado uma posição palestina unificada. Witkoff também acusou o partido palestino de ter retrocedido em pontos previamente acordados de uma trégua escalonada.
Fontes palestinas próximas às negociações afirmaram à emissora libanesa Al Mayadeen que a resposta do Hamas se concentrou em três pontos principais: assegurar a entrada regular de ajuda humanitária em Gaza, definir claramente os mapas de retirada militar de “Israel” e obter garantias internacionais confiáveis para um cessar-fogo permanente.
Segundo fontes da Resistência, o Hamas rejeitou alterações feitas à proposta apoiada pelos Estados Unidos, que reduziram uma trégua prevista de 60 dias para apenas uma semana, sem garantias sobre libertação de prisioneiros, reconstrução ou compromissos de desocupação a longo prazo.
Os marcos iniciais, apresentados em janeiro com apoio do Catar e do Egito, previam a libertação de todos os prisioneiros em etapas, em troca de centenas de palestinos detidos, além de retirada gradual das forças israelenses e mecanismos internacionais para a reconstrução de Gaza. O novo plano ignora os acordos anteriores.





