Palestina

Hamas publica foto de ‘despedida’ de prisioneiros israelenses

Movimento de Resistência Islâmica denuncia que “Israel” vai assassinar todos os prisioneiros

As Brigadas Al-Qassam, ala militar do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe), divulgaram neste sábado (20) uma montagem chamada de “foto de despedida” com os rostos de 46 a 48 prisioneiros israelenses detidos na Faixa de Gaza. A publicação ocorreu no mesmo dia em que o exército sionista intensificou a invasão da Cidade de Gaza, lançando novos bombardeios e ataques terrestres contra bairros densamente povoados.

A montagem traz prisioneiros vivos e mortos, numerados em sequência, todos identificados com o nome “Ron Arad”, piloto israelense desaparecido no Líbano em 1986. Ao divulgar a foto, o Hamas escreveu: “devido à obstinação de Netaniahu e à submissão de Zamir; [aqui está] uma foto de despedida, com o início da operação em Gaza”. Trata-se de uma referência ao primeiro-ministro Benjamin Netaniahu, que se recusa a negociar, e ao chefe do exército, Eyal Zamir, que cedeu às pressões do governo para prosseguir a invasão da capital de Gaza.

Autoridades sionistas afirmam que cerca de 20 prisioneiros ainda estariam vivos, enquanto Donald Trump declarou que seriam menos de 20. O Hamas já havia alertado que a intensificação da agressão coloca em risco todos os detidos, muitos dos quais foram assassinados pelos próprios bombardeios israelenses.

Declaração das Brigadas Al-Qassam

Alguns dias antes, diante da invasão da Cidade de Gaza pelo exército israelense, as Brigadas Al-Qassam publicaram um comunicado responsabilizando diretamente Netaniahu pela vida dos prisioneiros. O texto diz:

“Combatam-nos; Alá os punirá por vossas mãos, vos humilhará e vos dará vitória. Gaza não será um prato fácil para o vosso exército covarde. Não vos temos medo e estamos prontos a enviar as almas dos vossos soldados para o inferno. Preparamos para vós um exército de buscadores do martírio e milhares de emboscadas e dispositivos de engenharia, e Gaza será o cemitério dos vossos soldados.”

As Brigadas denunciaram que os prisioneiros estão espalhados pela Cidade de Gaza e alertaram: “não seremos zelosos com as suas vidas enquanto Netaniahu tiver decidido matá-los. A expansão desta operação criminosa significa que não tereis prisioneiro, nem vivo nem morto, e o destino deles será como o de Ron Arad”.

O comunicado acrescenta que escavadeiras e veículos blindados do exército serão alvos prioritários: “treinamos nossos combatentes para colocar dispositivos explosivos nas cabines de vossos veículos, e o resultado será o aumento do número de mortos e de prisioneiros”.

Genocídio na Cidade de Gaza

Ao mesmo tempo em que circulava a “foto de despedida”, novos massacres eram cometidos na Cidade de Gaza e em outras regiões do enclave. Segundo correspondentes, 50 palestinos foram assassinados desde a madrugada de sábado, 40 deles apenas na capital.

Em al-Musha’hirah, seis palestinos foram assassinados; no bairro al-Tuffah, próximo à praça Al-Shawa, nove morreram. No campo de refugiados de al-Shati’, quatro palestinos perderam a vida quando um prédio residencial foi bombardeado. Em Tal al-Hawa, ataques aéreos obrigaram centenas de famílias a fugir. No distrito de al-Nakhal, explosões demoliram prédios residenciais. Em Shabra e em áreas do norte da Faixa, drones e carros-bomba foram usados contra a população.

O massacre da família al-Jumla apagou todos os seus membros do registro civil. No campo de Nusseirate, o Hospital Al-Awda recebeu um morto e 10 feridos após um ataque contra palestinos. No sul da Faixa, o Complexo Médico Nasser informou que recebeu uma vítima e cinco feridos entre pessoas que aguardavam ajuda alimentar em al-Tina, ao norte de Rafá.

Um abrigo escolar próximo ao estádio Yarmouk, que servia de refúgio a famílias deslocadas, foi atacado, deixando duas crianças assassinadas e vários feridos.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, desde 7 de outubro de 2023, o genocídio sionista já assassinou 65.208 palestinos e feriu 166.271. Apenas após o rompimento do cessar-fogo em 18 de março deste ano, foram 12.653 mortos e 54.230 feridos.

A fome provocada pelo bloqueio tem se transformado em outro instrumento de extermínio: quatro pessoas foram assassinadas e dezoito ficaram feridas apenas no último dia ao tentar receber comida em pontos de distribuição, elevando para 2.518 o total de mortos nessa situação. O número de palestinos que morreram de desnutrição já chega a 442, incluindo 147 crianças.

Apesar da destruição, mais de 900 mil pessoas permanecem na Cidade de Gaza e no norte, enquanto 270 mil foram obrigadas a fugir em deslocamentos forçados. O Governo de Gaza denuncia que o regime sionista pretende instalar “campos de concentração” para a população expulsa, como parte de um plano de esvaziamento deliberado da capital.

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