Faixa de Gaza

Hamas: ‘Israel’ tenta sabotar acordo de cessar-fogo

Partido palestino suspendeu a liberação de novos prisioneiros israelenses até segunda ordem

O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) acusou ‘Israel’ de sabotar as negociações de cessar-fogo em Gaza, alertando que a ocupação poderá pagar um “preço alto” caso continue violando os termos do acordo. Segundo a resistência palestina, o governo de Netaniahu age deliberadamente para inviabilizar a segunda fase do pacto, o que ameaça a continuidade da trégua.

Um alto representante do Hamas afirmou ao canal Al Mayadeen que “as declarações israelenses sobre a segunda fase do acordo indicam uma falta de vontade em cumprir um cessar-fogo duradouro”. Além disso, a resistência considera que “Israel” se apoia “nas decisões imprudentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para justificar suas políticas e ações na próxima etapa”.

A Brigada Izz ad-Din al-Qassam, braço armado do Hamas, também condenou as violações cometidas por “Israel”. Seu porta-voz, Abu Obeida, declarou:

“Durante as últimas três semanas, a liderança da resistência monitorou as violações do inimigo e sua falha em cumprir os termos do acordo, desde o adiamento do retorno dos deslocados ao norte da Faixa de Gaza, o ataque a essas pessoas com bombardeios e disparos em várias áreas, até a recusa em permitir a entrada de suprimentos de ajuda em todas as suas formas, conforme acordado. Enquanto isso, a resistência cumpriu todas as suas obrigações.

Diante disso, a entrega dos cativos sionistas que estava programada para sábado, 15 de fevereiro de 2025, será adiada até novo aviso, até que a ocupação cumpra e compense retroativamente os compromissos das últimas semanas. Reafirmamos nosso compromisso com os termos do acordo, desde que a ocupação também cumpra com eles”.

A resistência palestina vem denunciando reiteradamente a postura israelense, que dificulta o cumprimento dos termos estabelecidos para o cessar-fogo. O porta-voz do Hamas, Dr. Abdel Latif al-Qanou’, declarou à Al-Arabi TV:

“A ocupação violou o acordo de cessar-fogo nas últimas semanas e impediu a entrada de ajuda, combustível e tendas. Apelamos aos mediadores há uma semana para obrigarem o inimigo a implementar o que foi acordado na primeira fase e cumprir as disposições do protocolo humanitário.

Estamos comprometidos com o cessar-fogo na medida em que o inimigo ‘israelense’ também cumpra com ele. Responsabilizamos Netaniahu pelo que resultará do adiamento da entrega dos prisioneiros na próxima semana”.

Netaniahu sabota negociações

Relatos da imprensa sionista confirmam que o próprio Netaniahu está trabalhando para obstruir o avanço do cessar-fogo, em uma tentativa de evitar um acordo definitivo. De acordo com o jornal Haaretz, a delegação israelense enviada ao Catar para negociar a segunda fase do pacto não tem autoridade real para avançar nas tratativas.

“Netaniahu está deixando claro que não deseja avançar para a próxima fase”, declarou uma fonte citada pelo veículo. Segundo o Haaretz, o primeiro-ministro teme que o fim da ofensiva contra Gaza enfraqueça seu apoio entre as facções de extrema direita dentro do governo.

O Canal 12 de ‘Israel’ também confirmou que a delegação israelense foi enviada apenas para discutir questões técnicas, sem um mandato para negociar a continuidade do cessar-fogo. Membros do governo afirmaram que “essa delegação não lidará com nada relacionado à segunda fase do acordo”.

Acordo em risco

A primeira fase da trégua, com duração de 42 dias, previa a libertação de 33 prisioneiros pelo Hamas em troca da soltura de centenas de palestinos encarcerados por ‘Israel’, muitos sem acusação formal. Já a segunda fase deveria garantir a liberação de mais prisioneiros palestinos, a retirada das tropas sionistas de Gaza e o fim da agressão militar. No entanto, a resistência alerta que “Israel” não está cumprindo sua parte no acordo, colocando toda a negociação em xeque.

O Ministério da Saúde da Palestina denunciou que os ataques sionistas continuam matando civis. Somente nas últimas 24 horas, foram registrados 19 novos mártires, incluindo 14 corpos recuperados dos escombros. O total de vítimas do genocídio promovido por ‘Israel’ desde outubro de 2023 já passa de 48.208 mortos e 111.655 feridos.

Enquanto Netaniahu manipula as negociações para atender interesses internos, o povo palestino segue enfrentando bombardeios, cerco e violações sistemáticas aos acordos firmados. O Hamas reafirma que a resistência está comprometida com o cessar-fogo, desde que a ocupação cumpra os compromissos assumidos. Caso contrário, alertam os palestinos, as consequências serão inevitáveis.

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