Faixa de Gaza

Hamas: ‘Israel’ está matando os prisioneiros de fome

Grupo palestino divulgou vídeos mostrando a situação dos israelenses mantidos sob sua custódia

A ala militar do Hamas, as Brigadas Al-Qassam, anunciou neste domingo (3) que está disposta a cooperar com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para a entrega de alimentos e medicamentos aos prisioneiros israelenses mantidos em Gaza. A condição imposta é que “Israel” encerre o cerco ao território palestino e abra corredores humanitários de forma contínua e irrestrita, além de suspender os ataques aéreos durante as entregas.

Em comunicado, o porta-voz Abu Obeida afirmou que o grupo não está deliberadamente deixando os prisioneiros israelenses passarem fome, esclarecendo que eles recebem os mesmos alimentos disponíveis para os combatentes do Hamas e para a população palestina de Gaza. “Nenhum prisioneiro terá privilégios especiais enquanto nosso povo está sendo sitiado e passando fome”, declarou.

Além disso, Al-Qassam exigiu que qualquer entrega de ajuda seja feita em períodos de trégua aérea, sem bombardeios.

A declaração foi feita pouco depois da divulgação de um vídeo mostrando o prisioneiro israelense Avitar David visivelmente enfraquecido e criticando o governo sionista por tê-lo abandonado junto aos demais detidos. O caso reacendeu o debate entre os colonos sobre a condução da guerra e a recusa das autoridades israelenses em negociar uma troca de prisioneiros.

A família de David publicou um comunicado exigindo ajuda humanitária tanto para o povo de Gaza quanto para o próprio Avitar: “a ajuda deve chegar aos moradores de Gaza e também ao Avitar”.

No mesmo dia, manifestantes bloquearam a rodovia Ayalon, exigindo a libertação imediata dos cativos em Gaza. O protesto foi organizado pelo grupo Women’s Protest e contou com familiares de ex-prisioneiros. Realizado durante o Tisha B’Av, dia de luto do calendário judaico, o protesto utilizou simbolismos religiosos: cartazes diziam “O abandono dos prisioneiros = destruição do Terceiro Templo”, e entoavam “Por que eles ainda estão em Gaza?”.

Alguns exibiam mensagens em inglês como “Never again is now” (“O nunca mais é agora”) e “Everyone in a deal. Get out of Gaza” (“Todos em um acordo. Saíam de Gaza”).

Entre os manifestantes estavam, Shai Mozes e Meor Rosenberg, parentes dos ex-prisioneiros Gadi Mozes e Arbel Yehoud. A manifestação durou cerca de 20 minutos, até ser dispersada pela polícia.0s prisioneiros israelenses

A indignação foi agravada pela divulgação de vídeos separados pelo Hamas e pela Jiade Islâmica mostrando os prisioneiros Evyatar David e Rom Braslavsky visivelmente famélicos. Em uma das gravações, David aparece cavando aquilo que acredita que será a própria cova, com os ossos aparentes, o que gerou forte comoção.

“Hoje é 9 de Av, e a destruição só tem se aprofundado há 667 dias”, afirmaram os manifestantes, referindo-se ao tempo desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023. O governo de Benjamin Netaniahu foi acusado de abandonar os prisioneiros e se recusar a negociar a libertação. “É impossível respirar diante das imagens de Evyatar David e Rom Braslavsky”, continuaram. “Tragam todos de volta, vivos ou mortos, e acabem com essa guerra”.

Na quinta-feira (1), as Brigadas Al-Qassam divulgaram imagens mostrando um prisioneiro israelense em estado de desnutrição extrema, destacando a política sionista de bloquear ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Intitulado “O governo de ocupação decidiu deixá-los morrer de fome”, o vídeo apresenta a deterioração física do prisioneiro e mostra, em paralelo, cenas de crianças palestinas também afetadas pela fome imposta pelo cerco.

A gravação inclui uma declaração anterior do ministro da Segurança Nacional de “Israel”, Itamar Ben-Gvir: “O que deve ser enviado a Gaza são bombas”. A peça termina com a frase: “Eles comem o que comemos e bebem o que bebemos”, reforçando que o destino dos prisioneiros israelenses está diretamente ligado ao sofrimento de mais de dois milhões de palestinos cercados em Gaza.

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