Genocídio na Palestina

Hamas: Gaza é o Auschwitz do século XXI

O bloqueio israelense à entrada de ajuda humanitária, vigente desde março, impede o acesso a alimentos, água potável e medicamentos, levando 95% da população à fome

Desde 7 de outubro de 2023, pelo menos 51.355 palestinos foram mortos e 117.248 ficaram feridos nos ataques israelenses, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Estima-se que milhares de corpos ainda estejam sob os escombros ou espalhados por ruas inacessíveis devido à intensidade dos bombardeios e à destruição de equipamentos de resgate. Aproximadamente um terço das vítimas fatais são menores de 18 anos. Além dos mortos confirmados, cerca de 11.000 pessoas estão desaparecidas, presumidas mortas sob os escombros.

Nessa quinta-feira (24), ao menos 50 pessoas foram mortas e 152 ficaram feridas, incluindo famílias inteiras atingidas enquanto dormiam em suas casas ou abrigos. Entre as vítimas, estão mulheres, crianças e profissionais de saúde. Ataques a escolas transformadas em abrigos, como no bairro de al-Tufá, resultaram em incêndios fatais e dezenas de mortos, muitos deles crianças. Em Jabalia, uma delegacia de polícia foi bombardeada, matando ao menos nove pessoas, enquanto tendas de deslocados em Al Mauasi e Beit Lahia também foram alvos, com relatos de crianças despedaçadas e sobreviventes em choque.

A destruição deliberada de infraestrutura civil agravou o colapso dos serviços básicos. Mais de 280 mil pessoas foram deslocadas apenas nas últimas duas semanas, e dois terços do território de Gaza são atualmente considerados zonas proibidas para civis. O outro terço, em teoria permitido, é alvo de dezenas de ataques nazistas do regime sionista, por terra e por ar. O bloqueio israelense à entrada de ajuda humanitária, vigente desde março, impede o acesso a alimentos, água potável e medicamentos, levando 95% da população à fome e 344 mil pessoas à fome extrema. Crianças sofrem de desnutrição aguda, e a própria ONU alerta para risco iminente de morte em massa por inanição.

A crise sanitária também atingiu níveis extremos. O acúmulo de mais de 175 mil toneladas de lixo nas ruas, a destruição de estações de tratamento de esgoto e o bloqueio de acesso a aterros sanitários criaram um ambiente propício à proliferação de doenças infecciosas e epidemias. Relatos de moradores descrevem crianças com lesões de pele, infestações de mosquitos e ratos, além do cheiro insuportável de corpos em decomposição sob os escombros. Há, também, o risco de contaminação do lençol freático por resíduos tóxicos e químicos, tornando a água em si imprópria para consumo.

Os hospitais operam sob colapso: apenas 10 dos 36 ainda funcionam parcial ou totalmente, enquanto 84% dos centros de saúde foram destruídos ou danificados. A escassez de medicamentos, energia elétrica e equipamentos torna impossível atender à demanda crescente de feridos e doentes. Ambulâncias e equipes de resgate frequentemente não conseguem acessar áreas bombardeadas, deixando vítimas agonizando nas ruas ou sob os escombros.

Além da violência direta dos bombardeios, há inúmeros e incontáveis relatos sistemáticos de abusos e tortura contra palestinos detidos por “Israel”. Os palestinos sequestrados são vítimas de estupros e tortura física e psicológica em prisões israelenses, especialmente contra detidos vindos de Gaza, assim como agressões com objetos, espancamentos e humilhações públicas, com agravamento das punições diante de qualquer sinal de resistência dos sequestrados. Desde outubro, mais de 8.100 palestinos foram detidos, incluindo 258 mulheres e mais de 500 menores, além de jornalistas e trabalhadores de organizações que prestam ajuda humanitária. Muitos permanecem sob detenção administrativa, sem acusação formal ou julgamento, submetidos a condições degradantes e privação de atendimento médico.

Apesar da inatividade dos órgãos imperialistas, braços do imperialismo como a Corte Internacional de Justiça e o Tribunal Penal Internacional já emitiram mandados de prisão contra líderes israelenses por crimes de guerra e contra a humanidade. Organizações humanitárias relatam que 418 trabalhadores humanitários, incluindo 295 funcionários da ONU, foram mortos em Gaza desde o início da ofensiva.

“Lembramos ao mundo que Gaza hoje é o Auschwitz do século XXI”, destacou o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) em nota oficial recente, acrescentando que Gaza é “onde as cinzas são palestinas, o perpetrador é sionista, e muitos desviam o olhar enquanto falam do ‘direito à autodefesa’, numa das mais grotescas expressões de hipocrisia política e moral”.

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