Após ceder às exigências do Hamas e aprovar o cessar-fogo na Faixa de Gaza, o governo dos EUA, agora liderado por Donald Trump tenta mostrar força em relação à Palestina. O presidente dos EUA afirmou em entrevista que os palestinos deveriam migrar em massa para o Egito e a Jordânia, ou seja, defendeu a limpeza étnica da Palestina.
Trump afirmou que gostaria que tanto a Jordânia quanto o Egito abrigassem a população de Gaza e que falaria sobre o assunto com o presidente egípcio Abdel Fattah el-Sisi no domingo. “Estamos falando de um milhão e meio de pessoas, e simplesmente limparíamos tudo aquilo”, disse.
Ele continuou: “Não sei, algo precisa ser feito, mas é literalmente um canteiro de demolição agora. Quase tudo está destruído, e pessoas estão morrendo lá. Prefiro me envolver com algumas nações árabes e construir moradias em outro local, onde, talvez, possam viver em paz pela primeira vez’.
O Ministério das Relações Exteriores do Egito declarou no domingo (26) que rejeita qualquer deslocamento forçado de palestinos. O ministério não mencionou Trump especificamente, mas reiterou a posição do Egito contra “a remoção dos palestinos de sua terra por meio de expulsão forçada”.
“Essas ações ameaçam a estabilidade, aumentam o risco de estender o conflito na região e prejudicam as oportunidades de paz e coexistência”, continuou a declaração.
A Jordânia está comprometida em “garantir que os palestinos permaneçam em sua terra”, disse seu ministro das Relações Exteriores em um comunicado no domingo (26).
“Nossa recusa ao deslocamento é uma posição firme que não mudará”, afirmou o ministro Ayman Safadi. “A Jordânia é para os jordanianos, e a Palestina é para os palestinos”.
Ambos os países passam por crises políticas gigantescas por serem serviçais do imperialismo e do sionismo. Eles têm medo de uma revolta popular que derrubou os governos. A migração dos palestinos teria impacto de duas formas. Priemiro pois a limpeza étnica em si geraria uma revolta total. Segundo que a população de palestinos, radicalmente a favor do Hamas, seria um foco enorme de mobilização nesses países.
O Hamas se posiciona
Em resposta às declarações feitas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que pediu a relocação dos palestinos da Faixa de Gaza para o Egito e a Jordânia, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) afirmou o seguinte:
O povo palestino, que permaneceu firme diante dos atos mais atrozes de genocídio da história moderna — perpetrados pelo exército de ocupação sionista fascista — e resistiu bravamente aos crimes de deslocamento forçado, especialmente no norte de Gaza, rejeita categoricamente quaisquer planos de deslocamento ou expulsão de sua terra.
Conclamamos o governo dos EUA a abandonar tais propostas, que estão alinhadas aos esquemas sionistas e conflitam com os direitos e a livre vontade do nosso povo. Em vez disso, instamos que apoiem o direito do povo palestino à liberdade, ao estabelecimento de seu Estado independente com al-Quds [Jerusalém] como capital, e que pressionem a ocupação criminosa a acelerar a reconstrução do que foi destruído durante sua brutal guerra contra Gaza, restaurando a vida normal na Faixa.
Também convocamos as nações árabes e islâmicas, especialmente nossos irmãos no Egito e na Jordânia, a reafirmar suas posições firmes de rejeição ao deslocamento e à relocação forçada. Pedimos que forneçam todo tipo de apoio ao nosso povo, fortalecendo sua firmeza e resistência em sua terra, e que tomem todas as medidas necessárias para remover os efeitos da agressão fascista que Gaza enfrentou.