Em comunicado divulgado neste sábado (25), o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) reiterou que as demolições e bombardeios contínuos de casas e bairros residenciais em Gaza — especialmente em sua parte oriental — constituem uma violação do acordo de cessar-fogo alcançado no início deste mês. O Hamas pediu aos mediadores que pressionem a entidade israelense a interromper suas violações — desde os assassinatos diários até o cerco contínuo e a restrição de ajuda — além do fechamento da passagem de Rafá.
Mais cedo, um correspondente da emissora libanesa Al Mayadeen havia relatado que veículos militares israelenses explodiram edifícios residenciais a leste de Khan Younis, no sul, enquanto na região central um homem palestino foi baleado e ferido perto do campo de refugiados de Bureij, em meio a intenso tiroteio.
No norte, tropas israelenses destruíram várias casas no bairro de Shuja’iyya, na Cidade de Gaza, e nivelaram grandes partes do cemitério de Beit Lahia, onde equipes de defesa civil começaram a recuperar dezenas de corpos.
Forças navais israelenses também abriram fogo em direção à costa de Gaza e detiveram três pescadores após danificarem seus equipamentos.
Enquanto isso, o Ministério da Saúde palestino informou que 19 mártires chegaram aos hospitais nas últimas 48 horas — incluindo quatro mortos por ataques diretos israelenses e 15 cujos corpos foram recuperados — além de sete feridos.
De acordo com números oficiais, o total de mortos devido à agressão de “Israel” subiu para 68.519, com 170.382 feridos desde 7 de outubro de 2023. Desde a declaração do cessar-fogo em 11 de outubro de 2025, Gaza registrou 93 mártires, 324 feridos e 464 corpos recuperados.
A situação humanitária continua a se deteriorar, apesar das promessas internacionais de reconstrução. Uma análise por satélite da ONU divulgada no início deste mês revelou que 83% das estruturas da Cidade de Gaza foram destruídas, com mais de 81 mil casas danificadas.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, afirmou que milhares de palestinos permanecem deslocados e “dormem ao relento em meio à grave escassez de alimentos e abrigo”.
