Palestina

Hamas acusa Netaniahu de atrasar segunda fase do cessar-fogo

Ditadura sionista está deliberadamente sabotando negociações da segunda fase do cessar-fogo em Gaza

O partido revolucionário palestino Hamas acusa o primeiro-ministro de “Israel”, Benjamin Netaniahu, de atrasar deliberadamente as negociações para a segunda fase do acordo de cessar-fogo em Gaza. A acusação se deu após a troca de corpos de prisioneiros israelenses na quinta-feira (20).

A troca desta quinta-feira foi a sétima troca desde o início do acordo de cessar-fogo em 19 de janeiro, encerrando 15 meses de massacres e destruição causados pelas forças de ocupação sionistas.

Segundo o porta-voz do Hamas Abdul Latif Al-Qanou, a segunda fase do acordo de cessar-fogo “ainda não começou na prática”, apesar de o Hamas estar “pronto para participar dela, conforme estipulado no acordo”. O porta-voz afirmou que “Netaniahu está procrastinando em relação à segunda fase”, sugerindo uma tentativa deliberada da liderança israelense” de atrasar o progresso.

A acusação do Movimento de Resistência Islâmica se deu após as novas condições rigorosas e absurdas para a segunda fase do acordo. Segundo a Corporação Pública de Radiodifusão de “Israel” (IPBC, na sigla inglesa), a ditadura sionista começará as negociações apenas quando as seguintes demandas foram cumpridas:

  • Desarmamento completo de Gaza, incluindo a remoção de todo o armamento.
  • Exclusão do Hamas da governança, para neutralizar a Resistência Palestina.
  • Liberação de todos os prisioneiros israelenses em uma única troca, sem garantias dos direitos dos prisioneiros palestinos

O ministro de relações exteriores do país artificial Gideon Saar, anunciou na quinta-feira que negociações sobre a segunda fase do cessar-fogo devem começar nesta semana. Porém, relatórios conflitantes surgiram posteriormente sobre o assunto, refletindo as divisões políticas dentro da liderança israelense.

O acordo de cessar-fogo entre o Eixo da Resistência e “Israel” começou em 19 de janeiro e confirmou-se em uma vitória histórica para o povo palestino. Firmado no Catar, o acordo foi fruto de negociações intensas entre as duas partes e foi dividido em três etapas de cessar-fogo.

A primeira fase consistia na libertação de aproximadamente 2 mil prisioneiros palestinos, sendo quase 300 destes com pena de prisão perpétua. Em troca, 33 prisioneiros israelenses foram libertados. Esta fase também inclui o retorno imediato das pessoas deslocadas do sul de Gaza para o norte, facilitado pela retirada das forças israelenses da al-Rashid Street até as profundezas do corredor de Netzarim. Além da retirada de tropas israelenses de parte do território ocupado e a entrada de ajuda humanitária na região.

Entretanto, ao logo da primeira fase do acordo, o Hamas já havia alertado diversas vezes sobre a sabotagem do cessar-fogo pelos sionistas. No início de fevereiro, autoridades de Gaza já alertavam que “Israel” estava “fugindo às suas obrigações” referentes à primeira fase do acordo, “atrasando a implementação do protocolo humanitário”, informando que “60.000 caravanas, 200.000 tendas e 600 caminhões de ajuda deveriam entrar na faixa diariamente”.

Segundo o Hamas, a ocupação estava “obstruindo o protocolo humanitário no acordo de cessar-fogo” e se “evadindo e procrastinando em implementá-lo”.

O porta-voz da Defesa Civil de Gaza denunciou poucos dias depois que o Estado de “Israel” não estava cumprindo sua parte do cessar-fogo e continuava com o bloqueio genocida na região. Segundo a autoridade, “as forças de ocupação não cumpriram o protocolo humanitário. Nenhuma casa móvel ou equipamento pesado entrou na Faixa (…). Há intransigência israelense e procrastinação na entrada de equipamentos na Faixa”.

Durante este mês, a organização EuroMed Human Rights Monitor também relatou que mais de 110 palestinos haviam sido assassinados pelas forças de ocupação israelenses desde o início do cessar-fogo, em flagrante violação do mesmo por parte da entidade sionista.

Na manhã desta quinta-feira, um ataque de drone israelense teve como alvo uma reunião de palestinos a leste da cidade de Rafá, no sul do país, matando pelo menos um palestino e ferindo vários outros.

O Hamas continua firme na sua posição e se recusa a comprometer a soberania da Palestina e a resistência contra a ocupação israelense. O oficial sênior do Hamas, Taher al-Nunu, reiterou a disposição do Hamas de libertar todos os prisioneiros restantes em uma única troca durante a segunda fase, mas alertou contra os jogos políticos israelenses que visam enfraquecer a unidade palestina.

A segunda fase do acordo, inicialmente, diria respeito a um cessar-fogo permanente e à libertação dos demais prisioneiros israelenses e um grande número de reféns palestinos. Ela estava prevista para começar no início de fevereiro, porém, na prática, “Israel” continua sabotando as negociações e o início da segunda etapa.

Na quinta-feira (à noite, as forças de ocupação israelenses alegaram, ainda, que o corpo enviado como parte da primeira fase do cessar-fogo não pertence à prisioneira determinada no acordo:

“Durante o processo de identificação, foi determinado que o corpo adicional recebido não é o de Shiri Bibas, e não foi encontrada nenhuma correspondência com qualquer outro refém. Trata-se de um corpo anônimo e não identificado”.

Em resposta, o Hamas pediu, na manhã de sexta-feira (21), que o suposto corpo seja enviado novamente para o movimento de resistência, afirmou sua seriedade com o cumprimento do cessar-fogo e rejeitou as ameaças de Netanyahu como forma d melhorar sua imagem perante sua base sionista.

Segue abaixo a íntegra da nota publicada pelo Hamas:

“Comunicado à imprensa

O Hamas está surpreso com o tumulto causado pela ocupação após sua alegação de que o corpo da prisioneira Shiri Bibas não corresponde ao teste de DNA, e rejeita as ameaças lançadas por Benjamin Netanyahu como parte de suas tentativas de melhorar sua imagem perante a comunidade sionista e no contexto de suas disputas internas.

O movimento enfatiza a necessidade de avançar na implementação dos requisitos do acordo de cessar-fogo em todos os níveis.

Nós, do Movimento Hamas, confirmamos nossa seriedade e compromisso total com todas as nossas obrigações, e provamos isso por meio de nosso comportamento nos últimos dias. Não temos interesse em não nos comprometermos (com os termos do cessar-fogo) ou em manter qualquer um dos órgãos.

Recebemos as alegações e reivindicações da ocupação dos mediadores, e as examinaremos com total seriedade e anunciaremos claramente os resultados.

Também apontamos a possibilidade de um erro ou confusão nos corpos, que resultou do ataque e bombardeio da ocupação ao local onde a família (Bibas) estava com outros palestinos.

Informaremos os mediadores sobre os resultados do exame e da investigação e, ao mesmo tempo, pedimos a devolução do corpo que a ocupação alega pertencer a uma mulher palestina que foi morta durante o bombardeio sionista.

Movimento de Resistência Islâmica – Hamas

21 de fevereiro

Site oficial – Movimento Hamas”.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.