Nessa segunda-feira (18), o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e as demais organizações da Resistência Palestina aceitaram uma proposta de cessar-fogo mediada pelo Egito e pelo Catar. A informação foi publicada nesta segunda-feira (18).
“O Hamas e as organizações palestinas informaram aos mediadores seu acordo em aceitar a proposta entregue ontem pelo Egito e pelo Catar”, diz o comunicado.
Segundo a informação, as forças israelenses se retirariam um quilômetro de áreas no norte e leste de Gaza, embora as cidades de al-Shujaiyya e Beit Lahia, no norte, permaneceriam excluídas dessa retirada.
A fonte explicou ainda que o acordo garantiria a libertação de 10 prisioneiros israelenses vivos em troca da libertação de 140 prisioneiros palestinos que cumprem penas de prisão perpétua e 60 com sentenças que excedem 15 anos. O acordo também prevê a libertação de 1.500 palestinos detidos de Gaza.
Além disso, o acordo estipula que, para cada remanescente de cativo israelense devolvido, os corpos de 10 palestinos serão libertados, ao mesmo tempo que determina a libertação incondicional de todas as mulheres e crianças encarceradas.
Um dirigente do Hamas destacou que a proposta estipula a modificação dos mapas de reposicionamento nas áreas do norte e leste, acrescentando que a ajuda será enviada à Faixa de Gaza imediatamente após a entrada em vigor do acordo, em quantidades intensivas e coordenadas, conforme o acordo de 19 de janeiro de 2025. Ele disse ao Al Mayadeen que a assistência humanitária incluiria suprimentos de combustível, água e eletricidade, além da reabilitação de hospitais e padarias.
A Organização das Nações Unidas (ONU) e suas agências afiliadas, bem como o Crescente Vermelho e organizações internacionais que operam em Gaza, seriam responsáveis por receber e distribuir a ajuda.
O conselheiro do primeiro-ministro israelense Benjamin Netaniahu, Dmitri Gendelman, disse que “Israel” recebeu dos mediadores a resposta do Hamas.
Em consonância com o Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, o Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, manifestou-se contra qualquer acordo de cessar-fogo em Gaza. Ambos compõem a ala de extrema direita do governo.
“Lutamos apenas para vencer! Em hipótese alguma devemos parar no meio de um acordo parcial que abandone metade dos reféns e possa levar ao fim da guerra em derrota”, escreveu ele em uma publicação no X.
Em declarações recentes, o próprio primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que “Israel” não está mais interessado em acordos parciais, afirmando que só concordará em encerrar a guerra se o Hamas libertar todos os prisioneiros de uma só vez, se desarmar e permitir a desmilitarização de Gaza.
O anúncio do Hamas sobre o acordo de cessar-fogo, no entanto, ocorre dias depois de o governo israelense iniciar sua operação para tomar o controle da Cidade de Gaza, o que tem gerado muita oposição dentro da sociedade israelense e no exterior. Milhares de israelenses saíram às ruas para exigir um acordo que trouxesse os prisioneiros de volta para casa.
Em resposta às declarações de Netaniahu, o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas criticou duramente o primeiro-ministro israelense, dizendo: “eles estão definhando em Gaza há 22 meses, sob sua supervisão”.
Netanyahu também foi duramente criticado pelo líder do partido de oposição israelense Democratas, Jair Golan, como um homem que “mente enquanto respira”.





