Editorial

Haddad faz popularidade de Lula despencar

A política econômica, que tem sido comandada pelos ministros Fernando Haddad (PT) e Simone Tebet (MDB), é o problema central na perda de apoio popular

A pesquisa Ipsos-Ipec divulgada na última quinta-feira (13) trouxe novos números alarmantes para o governo Lula. Pela primeira vez no mandato, a avaliação negativa da gestão superou a positiva, refletindo o crescente desgaste do presidente e de sua equipe econômica. A avaliação ruim e péssima subiu para 41%, enquanto a ótima e boa caiu para 27%, uma queda significativa comparada aos 34% registrados três meses atrás. A pesquisa revela a deterioração da popularidade do presidente, com 58% dos entrevistados afirmando não confiar em Lula, um aumento de seis pontos percentuais desde dezembro.

O governo Lula enfrentou uma série de crises nos últimos meses, com destaque para a questão da possível taxação sobre o Pix. A especulação sobre essa medida gerou um desgaste inacreditável na imagem do presidente, algo turbinado pela extrema direita bolsonarista, que se aproveitou da política desastrosa do governo.

A política econômica, que tem sido comandada pelos ministros Fernando Haddad (PT) e Simone Tebet (MDB), é o problema central na perda de apoio popular. A inflação, os preços elevados dos alimentos e a percepção de que a crise econômica não está sendo enfrentada de maneira eficaz contribuem para a insatisfação generalizada.

Enquanto Lula apresenta medidas tímidas para aliviar a inflação e procura investir em uma propaganda de que “está tudo bem”, o governo continua a ser marcado pela falta de ação concreta para resolver os problemas que afligem a população, como o alto custo de vida e o desemprego. A promessa de mudança, que levou o presidente ao cargo e que implicava na reversão da política do golpe de Estado de 2016, foi substituída por uma política econômica que serve aos bancos e poderosos.

A única saída para a queda de popularidade é mudar radicalmente de rumo na condução da economia. Isto é, mudar de uma política de capitulação e adaptação diante dos banqueiros e passar para uma política de enfrentamento, que só é possível com a mobilização dos trabalhadores.

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