Oriente Próximo

Há um ano, Irã se consolidava como maior potência da região

Operação Promessa Cumprida estabeleceu novo poder de dissuasão

Nessa segunda-feira (14), completou-se um ano da Operação Promessa Cumprida, como ficou conhecida a retaliação iraniana ao assassinato de lideranças militares do país persa em um ataque ao seu consulado na Síria. Neste ataque, cinco oficiais e comandantes iranianos, incluindo os generais Mohammad Reza Zahedi e Mohammad Hadi Haji Rahimi, foram martirizados.

A resposta entrou para a história por demolir de uma vez por todas o mito do inquebrável Domo de Ferro de “Israel” e por mudar as equações de segurança da região, estabelecendo um novo poder dissuasório.

A Operação Promessa Cumprida revelou-se como uma grande demonstração da capacidade dos mísseis do Irã, mostrando que “Israel” não está seguro diante da nação iraniana, cuja força vem de uma poderosa revolução proletária, ocorrida em 1979.

“Provamos ao mundo que com fé, unidade e capacidade interna é possível vencer qualquer inimigo”, declarou o coronel Hossein Anvari, comandante da Guarda Revolucionária do Irã. “O povo iraniano e as Forças Armadas, especialmente a Guarda Revolucionária, estão sempre prontos para humilhar os inimigos e defender os pilares do Islã e da Revolução”.

Em entrevista ao periódico iraniano Hasht-e Dey, o analista político Hojjatoleslam Mir Shams Akbar Hosseini explicou que, se esta operação não tivesse sido realizada, “Israel” teria se sentido superior e poderia ter lançado outros ataques militares e criado uma “insegurança planejada e contínua” ao longo do tempo. 

Na Operação Promessa Cumprida, mais de 300 veículos aéreos não tripulados (VANTs) e mísseis foram disparados contra o regime sionista. No documentário Resposta, produzido pela PressTV, iranianos são vistos apontando para o céu surpresos com os mísseis avançando em direção à Palestina ocupada. Muitos gritam de alegria e dirigem ofensas ao Estado sionista.

Por outro lado, os moradores dos territórios ocupados por “Israel” fugiram para abrigos em todas as partes da terra palestina usurpada para que não vissem ou ouvissem o rugido dos mísseis iranianos sobre o espaço aéreo.

Os Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Jordânia levantaram seus caças para ajudar “Israel” a combater os VANTs iranianos e foram forçados a implantar seus sistemas de defesa perto dos territórios ocupados. “Israel” teve que gastar US$1,35 bilhão apenas para interceptar VANTs, de acordo com a emissora catarense Al Jazeera. Nesta operação, o Irã conseguiu atingir alvos nas bases de Ramon e Novatim e também infligiu grandes danos à base israelense no Golã.

Para demonstrar a relação entre “Israel” e o imperialismo norte-americano, o documentário Resposta, da PressTV, mostra cenas do primeiro-ministro israelense Benjamin Netaniahu discursando no Congresso dos Estados Unidos. “Ele é recebido pelos membros do Congresso como se fosse um herói retornando do campo de batalha”, diz a narração do documentário. “Isso é apenas parte do vínculo profundo e estratégico entre os Estados Unidos e ‘Israel’ nas relações regionais e internacionais”.

O documentário, então, exibe Netaniahu dizendo: “para que as forças da civilização triunfem, Estados Unidos e ‘Israel’ devem permanecer unidas” e depois segue explicando a aliança militar entre o sionismo e o imperialismo.

“A relação entre EUA e Israel não tem paralelo na história registrada”, explica a PressTV.

Para garantir seus interesses, “Israel” precisava de apoio militar, baseado em armamentos norte-americanos. Desde a criação do Estado de “Israel” em 1948, os Estados Unidos forneceram mais de US$310 bilhões em ajuda financeira e militar — o maior valor concedido a qualquer aliado dos Estados Unidos.

“Israel” só consegue fazer o que está fazendo em Gaza por causa do apoio dos Estados Unidos. Aviões, bombas, armamentos – tudo é norte-americano.

“A força aérea de Israel é composta por caças americanos como F-4, F-16, F-15 e F-35, aeronaves de reabastecimento, transporte e aviões de alerta precoce (AWACS). Muitas dessas armas foram fornecidas por meio de subsídios dos EUA”, explica a PressTV. “Um dos pilares mais importantes da defesa israelense é seu sistema de mísseis, desenvolvido especialmente após os avanços do programa de mísseis do Irã nos anos 1990”.

O sistema tem três camadas:

  • Domo de Ferro – contra ameaças de curto alcance;
  • Honda de Davi – contra mísseis balísticos táticos em fase terminal;
  • Arrow 3 – contra mísseis balísticos fora da atmosfera.

Segundo o documentário Resposta, apesar de “Israel” alegar produzir esses sistemas internamente, grande parte da tecnologia, componentes e até mão de obra vem dos EUA. A Honda de Davi, em serviço desde 2017, registrada pela empresa israelense Rafael, é, na verdade, um projeto da norte-americana Raytheon, com peças produzidas em 30 estados norte-americanos.

O Domo de Ferro, famoso por interceptar projéteis em Gaza e no sul do Líbano, tem cerca de 75% de seus componentes fabricados nos Estados Unidos.

As relações entre “Israel” e Estados Unidos comprovam que o Irã, ao realizar a Operação Promessa Cumprida, estava enfrentando não apenas a entidade sionista, mas o país mais poderoso do mundo. Neste sentido, a operação cumpriu um papel estratégico para prevenir as eventuais investidas imperialistas contra a nação persa. É o que diz o coronel Hossein Anvari:

“Hoje, os EUA e Israel perderam aquele falso prestígio do passado; sua imagem foi quebrada, e aos olhos dos povos do mundo, tornaram-se fracos e desprezíveis. Porque a operação ‘Promessa Verdadeira 1’ provou que as linhas vermelhas da República Islâmica do Irã são respondidas com fogo.”

Após a Operação Promessa Cumprida, a organização de censura militar do regime sionista emitiu uma ordem proibindo a imprensa doméstica de “Israel” de relatar os danos.

Uma fonte dos Estados Unidos admitiu que 10 países ajudaram “Israel” a interceptar VANTs e mísseis iranianos. Fontes sionistas relataram a destruição de mísseis iranianos e mísseis nos céus dos países da região. No entanto, os palestinos publicaram fotos de mísseis iranianos sobre a Mesquita de Al-Aqsa, situada em Jerusalém. Vários vídeos de foguetes atingindo os territórios ocupados também foram publicados na Internet.

A operação foi um prelúdio para um confronto direto com o regime sionista, parte do qual foi realizado na Operação Promessa Cumprida 2 em resposta ao assassinato do mártir Ismail Hanié, líder do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), em Teerã, e ao martírio de Saied Hassan Nasseralá. A operação foi muito mais pesada do que a anterior e também mais prejudicial para “Israel”, a ponto de o regime sionista ser forçado a infligir danos a vários sistemas de defesa iranianos em resposta, embora limitados.

De acordo com a imprensa iraniana, os comandantes persas, diante da retaliação israelense, já prepararam a Operação Promessa Cumprida 3, que poderá ser desatada a qualquer momento, diante de alguma nova provocação.

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