Na quarta-feira (5), em todo o Marrocos, das fábricas de Casablanca aos estaleiros de Tânger, os trabalhadores paralisaram seu trabalho. É uma greve nacional de um dia, convocada pelos maiores sindicatos do país contra uma lei de repressão às greves.
O projeto de lei 97.15, que busca regulamentar as greves, impõe condições rigorosas sobre sua legalidade. O governo afirma que a proposta trará ordem às disputas trabalhistas, os sindicatos denunciam que se trata de uma lei ditatorial.
A lei foi aprovada na Câmara dos Conselheiros — a câmara alta do Parlamento de Marrocos — na segunda-feira (3), com pouca resistência, mas a oposição nas ruas permanece forte.
“O governo se recusou a reverter a criminalização da ocupação dos locais de trabalho ou a suspender os descontos salariais para os trabalhadores grevistas“, disse o conselheiro parlamentar Khalid Souti, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Marrocos.
Souti alertou que o decreto coloca os trabalhadores em risco, pois as greves podem surgir devido a salários não pagos ou ao não cumprimento do salário mínimo, entre outras questões.
Na véspera da greve, a Federação dos Sindicatos Democráticos chamou a paralisação nacional de uma “batalha de advertência”.
Desde outubro, quando os sindicatos começaram a se mobilizar contra o projeto, Marrocos passou por uma onda de protestos e paralisações. Uma greve nacional em 19 de janeiro já foi um primeiro sinal da mobilização, que tende a crescer.