Estados Unidos

Governo Trump declara o fim da USAID

O fim da USAID é o encerramento de uma etapa da política imperialista dos EUA

O governo dos Estados Unidos, sob o comando de Donald Trump, confirmou nesta semana o desmantelamento oficial da USAID (Agência dos Estados Unidos para o “Desenvolvimento Internacional”).

A medida, que já era esperada após as primeiras declarações de Trump assim que assumiu novamente a presidência dos Estados Unidos, marca o fim de uma das principais ferramentas de influência política e econômica do imperialismo norte-americano no mundo.

Fundada em 1961, durante a Guerra Fria, a USAID foi criada oficialmente para promover o “desenvolvimento” e a “ajuda humanitária”. No entanto, esta suposta ajuda humanitária era apenas uma fachada para a ação golpista e criminosa dos Estados Unidos, que envolvia intervenções em governos, financiamento de grupos oposicionistas e principalmente a organização de centenas de golpes de Estado em diversos países do mundo. Agora, seu fim oficial marca uma nova etapa, após décadas de ações criminosas e golpistas em todo o globo.

A situação desesperadora da esquerda pequeno-burguesa

O que deveria ter sido comemorado por todas as organizações de esquerda no Brasil e no mundo, surpreendentemente, despertou verdadeiro pânico em setores da esquerda que, apesar de supostamente críticos à agência, se opõem ao seu fechamento. Alguns, como Ivan Valente, um dos principais dirigentes do PSOL, “choraram as pitangas” publicamente em razão desta ação do governo Trump.

No caso do Brasil, é de conhecimento geral a participação criminosa da agência no famoso acordo MEC-USAID, a partir do qual a intervenção do imperialismo no Brasil se aprofundou, tendo como base de sustentação as políticas educacionais no país. Foi a preparação para a política de destruição e privatização que assola a educação nacional.

O papel golpista da USAID: “ajuda” ou intervenção?

A história da USAID está repleta de casos em que seus recursos foram usados para desestabilizar governos considerados inimigos dos EUA. Na América Latina, a agência foi acusada de financiar grupos de oposição em países como Venezuela, Bolívia, Cuba e Nicarágua, sempre sob o pretexto de “promover a democracia”, combater o “tráfico de drogas” ou o “terrorismo”.

Um dos exemplos mais notórios foi seu envolvimento no golpe contra Hugo Chávez em 2002, quando organizações financiadas pela USAID estiveram diretamente ligadas aos grupos que tentaram derrubar o governo venezuelano. No Brasil, a agência também atuou em parceria com ONGs e movimentos sociais, muitos dos quais participaram ativamente dos protestos que pavimentaram o caminho para o impeachment de Dilma Rousseff em 2016.

A hipocrisia da esquerda pequeno-burguesa

Apesar desse histórico vergonhoso, a esquerda pequeno-burguesa – especialmente no Brasil e em outros países da América Latina – reagiu com preocupação ao anúncio do fim da USAID. Alguns setores, ligados a ONGs e instituições que dependiam de financiamento internacional, argumentam que o fechamento da agência pode afetar projetos sociais e cortar recursos para causas “progressistas”.

Curiosamente, enquanto movimentos anti-imperialistas celebram o fim de uma agência historicamente associada a intervenções estrangeiras, uma parcela da esquerda – especialmente a ala mais vinculada a ONGs – manifestou resistência à decisão de Trump.

No Brasil, organizações que receberam recursos da USAID nos últimos anos, como algumas ligadas a movimentos ambientais, feministas e de direitos humanos, temem perder financiamento. Essa contradição expõe a hipocrisia dessa esquerda: como conciliar suas supostas críticas ao imperialismo com a dependência de recursos de agências que sempre serviram aos interesses dos EUA?

O que vem pela frente?

Se por um lado a medida tende a enfraquecer os setores da esquerda brasileira e internacional que recebiam financiamento da USAID e outras instituições, como o NED, é preciso destacar que a extinção da agência não significa o fim da interferência imperialista dos Estados Unidos, que pode simplesmente migrar para outros mecanismos menos visíveis. No entanto, é preciso reconhecer que a política de Trump, devido às suas contradições, atua como areia nas engrenagens do imperialismo e é positiva.

Enquanto isso, governos que foram alvo da USAID – como Venezuela, Cuba e Nicarágua – comemoram o fim da agência, classificando-a como um instrumento de guerra política. Já os setores da esquerda que dependiam de seus recursos agora encontram-se em uma situação crítica.

Uma coisa é certa: o fim da USAID não é apenas o fechamento de uma agência, mas o encerramento de uma etapa da política imperialista dos EUA. Resta saber se o imperialismo norte-americano encontrará novas formas de intervenção ou se sofrerá um revés definitivo em sua capacidade de manipulação internacional.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.