O governo do presidente norte-americano Donald Trump congelou todo o financiamento do National Endowment for Democracy (NED), organização fundada em 1983 para fomentar golpes de Estado e desestabilizar governos que não se submetem à ditadura imperialista dos EUA. A decisão, que teria sido impulsionada pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), comandado por Elon Musk, deixou a entidade em colapso financeiro, sem condições de pagar funcionários ou manter operações.
Com um orçamento de US$315 milhões para 2025, o NED vinha financiando grupos políticos, ONGs e operações para influenciar processos eleitorais e fomentar insurreições em diversos países. A entidade sempre contou com apoio bipartidário dentro do regime norte-americano, sendo um instrumento utilizado para manipular governos e sociedades em nome dos interesses imperialistas.
A imprensa norte-americana, alarmada com o corte, classificou o impacto como um “banho de sangue”, segundo a matéria Trump freezes all National Endowment for Democracy funding – media, publicada no último dia 13 pelo órgão russo RT citando fontes internas do NED, que denunciaram a paralisação total das operações. Sem dinheiro para pagar salários e despesas básicas, a organização está impossibilitada de continuar sua política de subversão global.
O ataque ao NED não veio do nada. Recentemente, Elon Musk chamou a organização de “fraude” e “entidade maligna” que precisava ser extinta. Além disso, o think tank Center for Renewing America, fundado por Russell Vought, ex-diretor do Escritório de Gestão e Orçamento da Casa Branca, publicou um relatório acusando o NED de ter sido um dos principais fomentadores da guerra entre Rússia e Ucrânia, ao financiar movimentos políticos que serviram de estopim para os conflitos no país.
O relatório expôs como a entidade despejou milhões de dólares para apoiar operações conhecidas como “revoluções coloridas” na Ucrânia, na Geórgia e no Quirguistão, além de financiar grupos opositores em Belarus, Sérvia e Egito. A ONG, que se autoproclama uma defensora da “democracia”, nada mais fez do que operar como uma filial da CIA, assumindo de forma aberta o papel de fomentar golpes e subverter governos contrários à política externa dos EUA.
Atual presidente do NED, Damon Wilson tentou justificar as operações da entidade alegando que seus parceiros “expuseram a repressão chinesa contra os uigures e denunciaram a corrupção em Cuba”. No entanto, o próprio histórico da organização mostra que seus objetivos nunca foram “democráticos”, mas sim de manutenção do domínio norte-americano sobre os países atrasados que desafiam sua ditadura.
O congelamento dos fundos do NED faz parte de uma política mais ampla do governo Trump de reduzir gastos com operações externas e assim, evitar o fomento a novos conflitos. A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), outro braço da política de ingerência imperialista no mundo, também foi alvo de cortes severos, com Trump afirmando que a instituição era comandada por “lunáticos radicais” e deveria ser fechada.
Embora Trump não tenha tomado essa decisão por um súbito amor à soberania dos países atingidos pelo NED, o resultado prático é bastante positivo. A asfixia financeira dessa entidade criminosa implica no enfraquecimento da política de dominação dos EUA sobre as nações atrasadas. Em toda sua existência, o NED não se dedicou a nada além de garantir que governos dos países atrasados fossem procuradores dos interesses norte-americanos, cooptando burocratas, corrompendo processos políticos e fomentando revoltas controladas.
Independentemente da motivação de Trump, o fim do NED representa uma vitória para os povos que lutam contra o jugo imperialista. Se a decisão será duradoura ou apenas uma medida temporária, ainda é incerto, mas o fato é que a estrutura de sabotagem internacional dos EUA sofreu um duro golpe. Se há algo que deve ser comemorado, é a incapacidade do imperialismo de continuar operando suas conspirações com o mesmo nível de impunidade de antes.