A aprovação da lei contra a privacidade dos jovens na Internet não é exclusividade de um único setor na política nacional. O projeto é da direita tradicional, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE). A votação foi articulada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que oscila entre a direita tradicional e o bolsonarismo. A extrema direita, embora tenha esboçado alguma oposição, entrou em um acordo e também votou a favor do projeto. A imprensa burguesa, por sua vez, criou o clima e pressionou os parlamentares para que tudo ocorresse da maneira mais rápida possível.
Ao mesmo tempo, a esquerda institucional entrou de cabeça na campanha para que o projeto fosse aprovado. O presidente Lula, que já vinha se mostrando simpático a ideia de criar leis para censurar conteúdo na Internet, deu o aval para que a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) votasse de maneira favorável à lei que irá liquidar com a privacidade dos jovens. Nos últimos dias, a imprensa burguesa já vinha divulgando, sem qualquer contestação pública, que o governo iria encaminhar projetos neste sentido.
Em um caso verdadeiramente folclórico, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) se orgulhou de ter conseguido se unir a Hugo Motta para aprovar o regime de urgência da votação.
Apesar de a votação na Câmara representar um grande acordo entre as forças parlamentares, quem realmente ficará marcado como o responsável pela lei é a esquerda. Afinal, o presidente da República é de esquerda e faz uma propaganda favorável ao projeto. A extrema direita, por sua vez, ainda que apoie a mesma medida, procura fazê-lo de maneira mais dissimulada. E a imprensa capitalista, que não nutre amores pelo governo, também tem procurado apresentar que o governo é o grande “preocupado” com a tal da “adultização”.
O resultado será desastroso. A medida que acaba de ser aprovada levará a juventude à revolta total. Afinal, trata-se de um projeto que visa submeter o jovem à tutela do Estado e dos pais. É um projeto de tipo nazista, de supressão total dos direitos políticos da criança e do adolescente.
Não tardará para que isso se volte contra o governo.





