Leste Europeu

Governo pró-OTAN da Armênia prende opositor

Vardan Ghukasyan é um dos principais opositores do primeiro-ministro Nikol Pashinyan, lacaio do imperialismo

Nesta segunda-feira (20), o aparato de repressão armênio prendeu Vardan Ghukasyan, um dos principais opositores do primeiro-ministro Nikol Pashinyan, lacaio do imperialismo que assumiu o cargo em 2018 após ter liderado uma revolução colorida naquele ano.

Conforme noticiado pela emissora Russia Today (RT), Vardan Ghukasyan foi acusado de corrupção, especificamente de ter exigido US$10.000,00 de um empresário local para ignorar supostas irregularidades na construção de uma propriedade. Sete outras pessoas também estão sendo acusadas de corrupção.

Membro do Partido Comunista da Armênia, Ghukasyan foi eleito, em abril, prefeito de Gyumri, a segunda maior cidade do país. Sendo ferrenho crítico de Pashinyan, o primeiro-ministro pró-imperialista chegou a ameaçar expulsar Ghukasyan da política.

Ele foi preso quando as autoridades armênias cercaram a prefeitura de Gyumri, apoiadores seus tentaram bloquear a saída do local, mas cerca de 100 policiais usaram de força contra os manifestantes, dispersando-os.

Cerca de 33 pessoas que participaram do protesto foram detidas. Conforme noticiado pelo canal de comunicação Rybar. Elas estão sendo acusadas de crimes graves relacionados a “interferência na justiça” e “distúrbios em massa”. O canal avalia que o governo de Nikol Pashinyan pretende mostrar que qualquer ação local será criminalizada, informando também que é evidente a natureza de perseguição política da prisão do prefeito. A princípio, ele ficará preso por dois meses, em Yerevan (capital).

A prisão do prefeito não é um raio em céu azul. Conforme o citado canal de comunicação, o primeiro-ministro da Armênia vem perseguindo os principais líderes opositores das impopulares negociações que vêm resultando em concessões ao Azerbaijão e à Turquia. 

Não coincidentemente, as perseguições a opositores estão sendo perpetradas a menos de um ano das eleições parlamentares, previstas para ocorrerem em 7 de junho de 2026. Rybar avalia que as recentes eleições nas cidades de Gyumri e Parakara, realizadas em 30 de março, mostraram que o partido governista “Contrato Civil” não consegue mais obter poder local de forma legal e que, por isso, vêm realizando expurgos contra opositores.

O canal denuncia também que, além da prisão do prefeito de Gyumri, outra consequência da perseguição política engendrada pelo governo armênio foi o recente assassinato do chefe eleito da vila de Parakara, acrescentando que a perseguição a  forças politicamente desleais em Gyumri é uma preparação para a retirada da 102ª base militar russa.

Cumpre destacar que um acordo de paz entre a Armênia e o Azerbaijão, mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi assinado em 8 de agosto de 2025, na Casa Branca. 

Encerramento (ao menos formalmente) décadas de conflito sobre a região de Nagorno-Karabakh, o acordo também estabelecue um corredor de trânsito estratégico de 43 km, conhecido como “Trump Route for International Peace and Prosperity” (TRIPP). O TRIPP conecta o Azerbaijão à sua exclave de Nakhchivan através do território armênio, com os Estados Unidos recebendo direitos exclusivos de desenvolvimento por 99 anos. O projeto inclui infraestrutura ferroviária, energética e de telecomunicações.

Além disto, o acordo resultou na dissolução do Grupo de Minsk da OSCE, que anteriormente mediava o conflito, e representa um reposicionamento estratégico da região, com maior influência dos EUA e afastamento de potências como Rússia e Irã.

Ainda sobre a atuação do imperialismo na região, como parte do cerco imediato à Rússia e ao Irã, o Reino Unido tem adotado uma postura ativa e estratégica em relação à região do Cáucaso do Sul, participando ativamente da implementação do corredor de Zanguezur. 

Este corredor é uma faixa de território no sul da Armênia que conecta o Azerbaijão ao exclave de Nakhchivan, contornando a Armênia central. Ao controlar esse corredor, o imperialismo avança em sua tentativa de controlar o Cáucaso, isolando Rússia de Irã, ao mesmo tempo em que cria uma rota para que o imperialismo controle o petróleo, gás e outras riquezas vindos Azerbaijão e da Ásia Central.

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