Estados Unidos

Governo norte-americano recebe genocida Benjamin Netaniahu

Principal partido da Resistência Palestina, o Hamas reagiu a novas monstruosidades cometidas pela ditadura sionista com duras críticas

Na última segunda-feira (7), o enclave imperialista de “Israel” intensificou seus ataques em Gaza, matando ao menos 59 palestinos, enquanto o Hamas denunciava mais uma chacina contra jornalistas. Fontes médicas relataram à rede catarense Al Jazeera que nove pessoas morreram num bombardeio aéreo contra uma casa perto de Deir el-Balah, no centro da Faixa. Em Khan Yunis, um ataque próximo ao Hospital Nasser carbonizou os jornalistas Hilmi Al-Faqaawi e Youssef Al-Khazandar, deixando outros nove feridos, alguns em estado grave.

Principal partido da Resistência Palestina, o Hamas reagiu ao episódio com duras críticas. Em nota, classificou o ataque aos jornalistas como “crime hediondo” e acusou “Israel” de tentar ocultar os acontecimentos em Gaza, onde 210 profissionais da imprensa já foram mortos desde o início da guerra.

O partido também saudou a expulsão do embaixador do país artificial de uma conferência da União Africana em Adis Abeba, na Etiópia, sobre o genocídio em Ruanda, destacando a contradição de sua presença enquanto comete um “genocídio sem paralelo” em Gaza. Outra declaração, do dirigente Mahmoud Mardawi, convocou os palestinos da Cisjordânia a intensificar a resistência contra ataques de colonos apoiados pelo governo sionista, que buscam anexação e expulsão.

No mesmo dia, o primeiro-ministro Benjamin Netaniahu estava na capital dos EUA para se reunir com o presidente norte-americano Donald Trump, mas não conseguiu reverter as tarifas de 17% impostas aos produtos da ditadura sionista, em vigor desde o sábado (5). Foi o segundo encontro com Trump em pouco mais de dois meses.

A reunião na Casa Branca, na última segunda-feira (7), abordou a guerra em Gaza, a crise dos prisioneiros, as tensões com a Turquia, o programa nuclear iraniano e as tarifas americanas. O premiê desembarcou em Washington no domingo (6) prometendo zerar o déficit comercial de 6,7 bilhões de dólares dos EUA com “Israel” para evitar as taxas. Trump, porém, manteve a posição: “não estamos pensando nisso [interromper tarifas]. Temos muitos, muitos países que estão vindo para negociar acordos conosco. E serão acordos justos. E em certos casos, eles pagarão tarifas substanciais”, declarou o presidente norte-americano ao lado de Netaniahu.

Sobre “Israel”, ele disse: “talvez não” reduzirá as taxas, citando os 4 bilhões de dólares anuais em ajuda americana ao país. A tentativa de Netaniahu de escapar das tarifas já vinha de antes.

Na última terça-feira (1º), a ditadura sionista zerou as taxas sobre produtos dos EUA, esperando atender à política de “reciprocidade” de Trump, que impôs tarifas mínimas de 10% a todos os parceiros comerciais em 2 de abril, elevadas a 17% para “Israel” no sábado (5). O esforço foi em vão.

Trump justificou as medidas pelo déficit comercial e, segundo a agência de notícias Reuters, enfrenta pressão interna: protestos contra as tarifas ocorreram nos EUA no fim de semana, e as bolsas perderam mais de 7 trilhões de dólares desde o anúncio. Outros temas marcaram o encontro.

Netaniahu e Trump reafirmaram planos de remover palestinos de Gaza, com o premiê dizendo que países não identificados estariam dispostos a recebê-los: “se os gazenses quiserem sair, queremos levá-los”, disse, repetindo uma ideia de Trump de fevereiro.

O presidente norte-americano também revelou “conversas diretas” com o governo iraniano sobre seu programa nuclear. Na Síria, Netaniahu levou ao diálogo os recentes bombardeios da Força Aérea de “Israel” contra bases aéreas, na última semana, para impedir o controle turco.

O ministro da Defesa Yisrael Katz alertou o presidente sírio Ahmad al-Sharaa que Damasco pagaria “um preço alto” se permitisse forças hostis ao país artificial. O chanceler turco Hakan Fidan, na sexta-feira (4), disse que o governo turco não busca confronto na Síria.

Em meio a toda essa conjuntura de crise e volatilidade, a guerra em Gaza segue sem trégua. O Ministério da Saúde local informou que, até a última segunda-feira (7), 50.695 palestinos foram mortos e 115.338 feridos.

O órgão acusou a ditadura sionista de bloquear vacinas contra pólio, ameaçando avanços contra uma epidemia. A falta de água, comida e remédios, com bombas d’água destruídas, expõe a população, sobretudo crianças, a diarreia e doenças de pele.

A ONU, via porta-voz do secretário-geral Stephane Dujarric, reportou quase 400 mil deslocados desde o fim do cessar-fogo em março: “os sobreviventes em Gaza estão sendo deslocados repetidamente e forçados a se amontoar num espaço cada vez menor, onde suas necessidades básicas simplesmente não podem ser atendidas”, afirmou ele.

Intensificada após o colapso do cessar-fogo, a ofensiva de “Israel” causou “baixas civis em larga escala”, segundo a ONU. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupadas, uma greve geral paralisou atividades em solidariedade a Gaza.

O Hamas ainda refutou acusações mentirosas dos EUA de usar ambulâncias e escudos humanos, chamando-as de propaganda imperialista. Já a União Africana, ao expulsar o embaixador de “Israel”, reforçou o isolamento do governo sionista no âmbito da política mundial.

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