Editorial

Governo Lula entregará o Bolsa Família para o bolsonarismo?

Com mais de um milhão de beneficiários cortados do programa mais famoso dos governos do PT, Lula se mostra cada vez mais acuado

De acordo com levantamento publicado pelo Poder360, o governo Lula diminui a quantidade de beneficiários do Bolsa Família em 67% das cidades em comparação com o governo de Jair Bolsonaro (PL). O portal também afirma que há 1,1 milhão de beneficiários a menos do que quando o petista assumiu.

O governo federal atribui a diminuição, em parte, à sua política de “pente fino”. Isto é, de cortar beneficiários do programa por causa de suspeita de fraudes. Os cortes ocorreram principalmente no Sudeste (561.150 famílias) e no Nordeste (537.321 família), as duas regiões mais populosas do País.  A cidade que teve o maior número de cortes foi o Rio de Janeiro, na qual 95.657 famílias deixaram o programa. O Ministério do Desenvolvimento Social, sob o comando da golpista neoliberal Simone Tebet (MDB), declarou que uma “verificação cadastral tem sido realizada de forma rotineira desde 2023” para identificar fraudes e possíveis desvios no programa.

Os dados apresentados pelo Poder360 estão entre os mais desastrosos de todo o terceiro mandato do governo Lula. Eles tornam incontestável a seguinte realidade: o governo Lula, que venceu as eleições de 2022 em meio a uma grande mobilização popular, fracassou completamente no seu enfrentamento ao grande capital.

O Bolsa Família, que se tornou uma marca dos governos anteriores do Partido dos Trabalhadores (PT), já era, em si, uma política bastante insuficiente. Afinal, embora ela servisse para impedir que uma parcela gigantesca da população não morresse de fome, ela não vinha sendo acompanhada de uma iniciativa para a industrialização do País. O Bolsa Família, assim, cumpre mais um papel de amortecer a devastação da economia causada pela política neoliberal do que propriamente de defender os trabalhadores do parasitismo do grande capital.

Com o desenvolvimento da crise do capitalismo, o governo Lula está sendo constrangido a uma política ainda mais recuada. Em seu terceiro mandato, Lula está sendo pressionado para que o programa seja, na prática, extinto. Por mais de uma vez, o Congresso Nacional ameaçou de retirar o Bolsa Família do orçamento do ano seguinte. Agora, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, junto com Simone Tebet, têm levado adiante uma política de cortes sociais cada vez mais profunda para acomodar a política do governo à pressão da burguesia pelo ajuste fiscal.

Ficar marcado como o governo que cortou beneficiários do Bolsa Família em relação ao governo Bolsonaro é a prova de que a capitulação diante do grande capital levará o PT à sua desmoralização completa. Afinal, o governo está abrindo mão daquele que sempre foi um de seus principais instrumentos de propaganda.

O suposto combate à fraude não servirá de pretexto. Para o povo brasileiro, o resultado prático da política de Haddad e Tebet será a falta de comida na mesa. Isso, acima de qualquer número apresentado por um estatístico, irá levar o governo a perder todo o seu apoio popular.

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