Economia

Governo Lula deve regular preços para combater inflação

Os especuladores financeiros não podem controlar os valores dos bens mais básicos da economia, o governo de esquerda de Lula deve garantir o básico para a população

As crises economicas sempre pressionam o governo politicamente e afetam a aprovação do presidente e neste momento o governo Lula segue com pressão de inflação de alimentos e de combustíveis, além da enorme pressão política interna e externa.

Enquanto o governo se prepara para atuar e conter a inflação, principalmente sobre os alimentos, surgem mais problemas com a pressão dos investidores da Petrobrás cobrando aumentos para acompanhar os preços internacionais, e com isso pensam em melhorar seus ganhos financeiros.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou propostas para baratear os alimentos, mas foi obrigado pela sua assessoria a se corrigir com receio de fossem adotadas medidas artificiais e de impacto fiscal por parte do governo, segundo matéria do jornal golpista O Estadão.

A pesquisa divulgada no dia 27 passado pela Genial/Quest, aponta que a desaprovação do governo Lula pela primeira vez superou a aprovação. A desaprovação foi de 49%, e a aprovação foi de 47% com queda de 5% em relação à pesquisa anterior.

Segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a inflação de alimentos medida foi de 7,69% em 2024 pelo IPCA. Isso coloca o Brasil como a 4ª maior taxa entre os principais países da América Latina.

Três cidades tiveram taxa de dois dígitos para a alimentação de domicílios em 2024, Campo Grande (MS) com 11,3%, Goiânia (GO) com 10,65% e São Paulo com 10,07%, lembrando que São Paulo é a maior e mais rica cidade da América Latina.

A cidade com índice mais baixo foi Porto Alegre (RS) com 2,89%, que é explicado pelos especialistas como consequência da enorme oferta desses produtos pelas doações por causa das enchentes que afetaram drasticamente a cidade recentemente.

Outro fator que contribuiu para o baixo índice foi que o estado tem 60% da produção de carne do país, que foi o principal item que colaborou com a alta dos alimentos, “o maior vilão”. A carne subiu 10% em Porto Alegre e em São Paulo subiu 26%.

Esse fator afetou muito todas as cidades que têm alto consumo de carne bovina e derivados, como é o caso das três cidades citadas acima.

Na região nordeste os dados do IBGE indicam que o aumento da inflação teve menor peso como vimos em São Luís (MA) com 9,56%, Fortaleza (CE) o aumento foi de 8,1%, Recife (PE) com índice de 5,95%, Salvador (BA) com 5,84% e Aracaju com 5,07%.

A justificativa encontrada é que o consumo de carne nesses locais é menor devido ao elevado consumo de peixes, onde a inflação da carne bovina foi de 20,8% enquanto que a do pescado ficou em 0,8%.

Como nessa região os salários são menores que nas grandes cidades, o aumento da inflação causa maior pressão contra a popularidade do governo. É que as pessoas vão ao mercado e levam menos produtos para casa, isso é muito negativo.

Especialistas da Quest Pesquisa e Consultoria dizem que a inflação dos alimentos tiveram grande peso na queda da popularidade do governo. E que 83% dos entrevistados em janeiro responderam que o aumento da inflação subiu, contra 65% dos mesmos entrevistados que responderam a mesma pergunta em outubro.

Ele afirma que o aumento de preços dos alimentos chegou ao maior número de pessoas de toda a série histórica e que isso colaborou com a queda da popularidade do governo.

Como a região foi decisiva para a vitória de Lula sobre Bolsonaro em 2022, a perda de popularidade na região chamou a atenção dos analistas com o resultado de desaprovação que subiu de 26% em outubro para 37% nesta pesquisa.

Nessa mesma toada, a Petrobrás está sendo pressionada para cobrir a defasagem em relação aos preços internacionais. Isso é um absurdo porque temos todo o petróleo que precisamos, embora o refino seja feito em outros países devido a política que privatizou várias refinarias nos governos golpistas anteriores.

Os cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie) no final do ano passado informaram que com a redução no preço do dólar e do petróleo nossa gasolina estava 7,5% menor que os preços internacionais e o diesel 15% também menor. Disseram que deveria ser aplicado aumento de 13% na gasolina e 11% no diesel.

Dado o volume de pressão, a presidenta da Petrobras, Magda Chambriard, se reuniu com Lula e depois com os representantes dos sócios privado da empresa, ela já sabia que seria cobrada pelos preços dos combustíveis.

Os concorrentes da Petrobras no refino e venda de combustíveis se sentem prejudicados pelos preços praticados pela empresa, com os preços abaixo do mercado internacional os lucros deles ficam menores, por isso querem que a Petrobras aumente seus preços para beneficiar os aumentos de lucros. E isso garante maior renda para os acionistas e investidores financeiros.

A presidente da Petrobras em entrevista a jornais disse que prefere esperar que o mercado de câmbio se estabilize pois neste momento está muito volátil, e também porque a taxa de câmbio é apenas um dos componentes da fixação do preço dos combustíveis.

Outra situação que Magda Chambriard terá que tratar é a pressão dos acionistas cobrando que a empresa pratique preços de mercado e que temem que Lula interfira na fixação de preços. Nessa situação o governo perde nas duas situações, ou o preço sobe ou será acusado de interferir na empresa, que é estatal e federal, mas o presidente do país que responde pela empresa não pode interferir na administração, curioso isso, o dono do negócio não apita nada?

Como foi introduzido na fórmula de fixação de preço um componente de custos internos de produção por Jean Paul Prates, presidente anterior da Petrobras, na gestão de Magda Chambriard, o último reajuste ocorreu em julho e afetou apenas a gasolina. 

O aumento de preços nas refinarias foi de 7,12%, o etanol subiu 17,58% no ano passado. Como o etanol entra na composição da gasolina, isso ocasionou o aumento no ano passado na gasolina em 9,71%.

Analistas da Cbie dizem que a política de preços de Magda é semelhante à de Sérgio Gabrielli, que espera que o mercado saia da volatilidade para praticar reajustes e que essa é uma “política nonsense”. 

Ele acha que a empresa tem que praticar preços de mercado, não uma política meia-boca, e que isso afeta os concorrentes negativamente. Para ele, os concorrentes são mais importantes que a única empresa petroleira brasileira e de alta tecnologia.

O que está em jogo, na verdade, é a tentativa de impor uma forte política neoliberal contra o Brasil, os interesses estrangeiros devem ser aplicados com maior peso para entregar o patrimônio do povo brasileiro ao imperialismo, na visão desses representantes do imperialismo disfarçados de “mercado” que tudo sabem, acima de tudo e de todos.

Como Lula tem resistido o máximo que pode em implantar o neoliberalismo puro sangue no Brasil, sofre pressão cada vez maior do setor imperialista interno e externo. Só quem pode defender de fato e de direito esse governo é a classe trabalhadora, por isso toda a esquerda precisa urgentemente convocar os sindicatos e trabalhadores para criar movimentos de defesa do governo e pelo fim da interferência do imperialismo aqui em nosso país.

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