Nesta terça-feira (21), o jornal Al Watan noticiou, citando autoridade alfandegária da Síria, que o governo do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que chegou ao poder através de golpe imperialista, encerrou contrato para a administração do porto da cidade de Tartus, que havia sido firmado em 2019 pelo governo Bashar al-Assad com a Rússia e a Stroytransgas, empresa de construção de engenharia russa no campo da indústria de petróleo e gás.
Em declaração, Riad Judi, chefe do departamento de alfândega da província de Tartus, disse que “o acordo sobre investimento no porto de Tartus, assinado com uma empresa russa, foi anulado. Todas as receitas das atividades do porto serão usadas nos interesses da Síria”.
Segundo informa a agência de notícia TASS, o acordo estava previsto para durar 49 anos, período durante o qual a Stroytransgas gerenciaria o porto de Tartus, o segundo maior porto marítimo da Síria, o qual abriga a base naval logística da Rússia. A empresa também seria responsável pela modernização do porto, investindo US$500 milhões para este fim.
No início de dezembro, a Síria foi alvo de um golpe de Estado apoiado pelo imperialismo, que derrubou o governo nacionalista de Bashar al-Assad, sob o qual o país era um membro do Eixo da Resistência, e levou ao poder o HTS, outrora o braço da Al-Qaeda na Síria, grupo apoiado não apenas pelo imperialismo, mas também pela Turquia, país oprimido pelo imperialismo que busca se fortalecer em meio à luta do imperialismo contra Rússia, China e Irã, valendo-se de sua posição geográfica, importante, dentre outros fatores, para o fornecimento de petróleo para a Europa.
Conforme noticiado recentemente por este Diário, autoridades do governo russo afirmaram que o contato com os novos governantes da Síria estava sendo mantido, e que negociações estavam sendo feitas para a manutenção das bases russas do país, com Moscou obtendo “garantias temporárias de segurança para que as bases continuem operando normalmente”, conforme noticiado pela TASS.