Nesta quarta-feira (30), o governo do Amapá expulsou 320 famílias da ocupação bairro Lago Verde, localizada entre os bairros Morada das Palmeiras e Conjunto Habitacional Cidade Macapaba e atrás do Instituto Federal do Amapá (IFAP).
Em vídeos e áudios recebidos por este Diário, foi registrado momento em que a Polícia Militar do estado ordena aos moradores da ocupação que desocupem o terreno.
Em um dos vídeos, um dos moradores mostra marcas de agressão, enquanto outro morador que está filmando denuncia que ele foi espancado pelos policiais militares.
Foi igualmente filmado o momento em que os moradores são expulsos do local.
Na terça-feira (29), a Associação de Moradores do Bairro Lago Verde protocolaram perante o Ministério Público do Estado da Amapá solicitação de Apoio Processual dos posseiros do bairro Lago Verde.
No documento, a associação informa que 320 família moram na ocupação, e lutam pelo direito à terra, que possui uma área total de 36 hectares, já excluídas as áreas de Reserva Legal.
“Nesses núcleos familiares estão 20 idosos em idade acima de 70 anos e 50 crianças menores de 4 anos e outros entre 07 e 16 anos”, informou a associação, acrescentando que “250 são mulheres provedoras do lar, entre essas 200 são contempladas pelo programa social federal Bolsa Família”.
A Associação igualmente esclarece que “as mulheres vendedoras de bombons, diaristas, bolo de pote, costureiras, vendedoras churrasquinho, donas de pequenos bazares, vendem doces e salgados, vendem bombons e picolés no centro da cidade, trabalham no comércio local, sendo que a maioria não tem carteira assinada nos empreendimentos locais, o que causa insegurança trabalhista”. Informa ainda que 50 são homens provedores da família e também partícipes do Programa Bolsa Família, e que entre os homens o que mais se observa é a baixa escolaridade, sendo que muitos abandonaram a escola para trabalhar e sustentar suas famílias.
Solicitando que seja cumprido o direito à habitação, previsto no art. 199 da Constituição do Amapá, a Associação informou que aguarda uma solução do Ministério Público para os moradores do Bairro Verde.




