Editorial

Governo deve assumir responsabilidade pelo fracasso econômico

Não adianta culpar Roberto Campos Neto se o governo não pretende enfrentar os capitalistas

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Nessa quinta-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, afirmou que, se dependesse dele, novas medidas fiscais não serão adotas pelo governo para cortar gastos.

“Estabilidade fiscal é uma questão muito importante para o governo e para mim. A gente quer fazer o menor déficit possível. Eu não tenho outra medida fiscal. Se apresentar durante o ano, a necessidade de fazer alguma coisa, vamos reunir o governo e discutir. Mas, se depender de mim, não tem outra medida fiscal”.

A burguesia não gostou das declarações. Afinal, Lula está tentando resistir à pressão dos capitalistas para arrancar ainda mais a pele do povo trabalhador. No entanto, elas deixam muito a desejar quando se leva em consideração que o governo Lula deveria ser um governo popular.

Que Lula queira fazer alguma demagogia com a tal “estabilidade fiscal”, pode até ser compreensível. Contudo, as suas declarações, antes de serem uma negação de novas medidas fiscais, é uma reafirmação das medidas que o governo já tomou. E são medidas monstruosas.

O Plano Haddad, pacote fiscal preparado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estabelece, entre outros ataques aos trabalhadores, um teto para o salário mínimo. O objetivo declarado do pacote é economizar dinheiro para o Estado – dinheiro esse que está sendo drenado pelos bancos por meio do dispositivo criminoso da dívida pública.

A tentativa de frear uma nova medida fiscal, portanto, escancara a capitulação anterior do governo Lula ao aprovar um pacote tão negativo para os trabalhadores. Mas não é só isso.

Quando Lula diz que não tomará novas medidas fiscais “no que depender de mim”, ele já está assumindo que há a possibilidade de tomar novas medidas. Basta que o Congresso pressione para tal, que o governo poderá dizer: não era de nosso desejo, mas fomos forçados a isso.

O problema é que, ao contrário do que diz Lula, sim, depende dele impedir que novos ataques venham. O Plano Haddad não foi imposto pelo Congresso, mas sim pelo próprio governo, que, de tão acuado, está adotando, de antemão, o programa de seus inimigos políticos.

Uma situação semelhante acaba de ocorrer em relação ao aumento criminoso da taxa de juros. Uma vez que o governo indicou o atual presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, seus apoiadores vieram a público explicar que Galípolo teria caído em uma “armadilha” montada por seu antecessor, Roberto Campos Neto. Com ou sem armadilha, o fato é que Galípolo poderia não aumentar a taxa de juros, mas se recusou a fazê-lo.

É preciso que o governo pare imediatamente de sacrificar o programa que prometeu nas eleições, sob o pretexto de que precisa ceder para os seus inimigos. O governo está cedendo e não está recebendo nada em troca, a não ser a sua desmoralização perante as massas. Se o governo não mudar rapidamente de política, poderá perder o seu apoio popular e, assim, facilitar uma ofensiva golpista.

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