A criminosa Operação Pacificar, organizada pelo governo do estado da Bahia por meio dos secretários Marcelo Werner, Secretário de Segurança Pública, e Adolpho Loyola, Secretário de Relações Institucionais (Serin), tem como alvo impedir a demarcação das Terras Indígenas Comexatibá e Barra Velha do Monte Pascoal, no Extremo Sul da Bahia, nos municípios de Prado, Itamaraju e Porto Seguro.
Claramente, foi realizado um acordo entre o governo do estado, latifundiários e grileiros de terras para perseguir e prender lideranças do povo Pataxó, intensificando o clima de terror dentro das comunidades retomadas pelo Povo Pataxó. O governo da Bahia é chefiado por Jerônimo Rodrigues, do Partido dos Trabalhadores (PT), mesmo partido do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Esse acordo entre o governo petista e os latifundiários da região ocorreu na reunião realizada no dia 19 de março, na Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), no município de Teixeira de Freitas, com a participação dos secretários Marcelo Werner e Adolpho Loyola, políticos da direita na região e latifundiários, além das forças policiais que atuam como pistoleiros do latifúndio.
A reunião foi celebrada pela direita e pelos latifundiários locais. Em entrevista ao portal de notícias ligado aos latifundiários SulBahia News, o Secretário de Relações Institucionais (Serin), Adolpho Loyola, afirmou que “o governador Jerônimo está atento à situação e trabalhando para encontrar soluções. Na próxima segunda-feira, teremos uma nova reunião e, em breve, traremos boas notícias. O nosso objetivo é restabelecer a paz e segurança para todos os produtores”.
As “boas notícias” para os latifundiários foram a Operação Pacificar, que prendeu 25 índios Pataxó, forjou provas contra os indígenas, identificou de maneira ilegal os Pataxó que estavam nas retomadas, apreendeu dezenas de celulares e criou um clima de terror nas famílias indígenas.
Marcelo Werner, Secretário de Segurança Pública, delegado da Polícia Federal e que comanda uma das polícias mais violentas do Brasil e que mais mata trabalhadores e índios — a Polícia Militar —, se comprometeu a intensificar as ações violentas da polícia contra eles: “Estamos reforçando as ações de segurança e ampliando o monitoramento da região. A Polícia Civil e o setor de inteligência da secretaria vão aprofundar as investigações sobre as denúncias apresentadas hoje. Nosso compromisso é garantir a segurança e a estabilidade na região, por meio de uma ação integrada e eficaz”.
No dia seguinte, cumpriu sua promessa e mandou a polícia tirar fotos e identificar os índios que ainda não estavam “fichados”, apreendeu cerca de 32 celulares dos indígenas e prendeu outros 25 índios Pataxó das retomadas. Ou seja, um capacho dos latifundiários e da extrema direita do Extremo Sul.
Fica evidente que toda essa repressão foi organizada dentro do governo do estado da Bahia, pior ainda, dentro da secretaria controlada diretamente pelo governador Jerônimo Rodrigues, representada pela Secretaria de Relações Institucionais (Serin).
O governador Jerônimo Rodrigues, que se declara índio, deve acabar com a operação criminosa para reprimir e prender lideranças do povo Pataxó que lutam por seus direitos. O silêncio do governador indica um apoio à repressão contra o povo Pataxó.
Todos os policiais envolvidos na operação criminosa e a atuação dos dois secretários de governo devem ser investigados, incluindo o envolvimento destes com latifundiários e a direita na região. É necessário exigir a saída e proibição das forças policiais dentro das terras indígenas, incluindo retomadas e áreas próximas, da polícia militar e civil, que constantemente atuam como pistoleiros contratados pelo latifúndio.
É preciso exigir a liberdade imediata dos 11 índios Pataxó que estão presos e são presos políticos da luta pela terra.