Uma série de matérias publicadas pelo jornal libanês Al Mayadeen mostram que a destruição e as mortes causadas pelo Estado fictício de “Israel” contra a população palestina, principalmente na Faixa de Gaza, aumentaram exponencialmente após o rompimento unilateral do cessar-fogo, ocorrido em 18 de março.
Os números revelados pelo relatório diário da última quarta-feira (9) sobre as vítimas da campanha genocida israelense em Gaza revela que, desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023, o número total de mortos ultrapassa 50.846, com 115.729 feridos. Notavelmente, desde 18 de março, 1.482 palestinos foram mortos e 3.688 feridos.
O correspondente do Al Mayadeen relatou na quarta-feira que mais de 27 palestinos foram mortos e pelo menos 55 ficaram feridos, com dezenas ainda desaparecidos, em um massacre israelense em Shujaiya, norte da Cidade de Gaza. “De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 36 mártires e 41 feridos foram levados para hospitais na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas”, informou.
Muitas vítimas continuam presas sob os escombros ou caídas nas ruas, onde as equipes de emergência e da Defesa Civil não conseguem alcançá-las devido ao bombardeio contínuo. O correspondente observou que pedidos de ajuda podiam ser ouvidos sob os escombros de um prédio de quatro andares atacado, em meio a dificuldades para as equipes de resgate chegarem ao local devido à presença das forças de ocupação israelenses.
“Israel” fechou as passagens de fronteira de Gaza em 2 de março, interrompendo o fluxo de ajuda humanitária, de socorro e médica, resultando em uma grave crise humanitária, de acordo com relatórios do governo local e de grupos de direitos humanos. O bloqueio reforçado é parte de um novo ataque a Gaza. O Ministério da Saúde de Gaza alertou que 60.000 crianças correm risco de complicações graves de saúde devido à desnutrição.
Ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich declarou na segunda-feira (7) que impediria a entrada de tudo na bloqueada Faixa de Gaza. “Nem mesmo um grão de trigo entrará em Gaza”, disse Smotrich, conforme relatado pelo jornal israelense Yedioth Ahronoth.
Nesta quarta-feira também as forças de ocupação israelenses anunciaram a expansão de sua “operação militar” em Nablus, que incluiu um ataque ao campo de refugiados de Balata, a leste da cidade, forçando várias famílias a fugir de suas casas. Fontes locais afirmaram que o exército israelense invadiu vários bairros em Balata, colocaram atiradores nos telhados, fecharam as entradas e impuseram um toque de recolher.
Essas mesmas fontes indicaram que as tropas da ocupação forçaram várias famílias a deixar suas casas e sair do campo, além de invadirem inúmeras casas, revistarem e saquearem seus pertences e prenderem três indivíduos. Os sionistas também agrediram um adolescente de 15 anos durante o ataque ao acampamento.
As últimas operações militares israelenses desencadearam a maior onda de deslocamento na Cisjordânia ocupada desde a Guerra dos Seis Dias de 1967, destacou a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) em 5 de abril. Segundo as Nações Unidas, a operação israelense deslocou à força mais de 40.000 pessoas de campos de refugiados e comunidades vizinhas em Jenin e Tulcarém.
A agência descreveu a situação no norte da Cisjordânia como “extremamente preocupante”, citando os contínuos ataques israelenses e as campanhas de detenção em massa. Segundo a UNRWA, essas operações resultaram em destruição sistemática, deslocamento forçado e ordens de demolição contra famílias palestinas e campos de refugiados.
Em meio à agressão israelense em andamento na Faixa de Gaza, um grupo de especialistas das Nações Unidas destacou na terça-feira que as políticas israelenses são “mais extremas” do que qualquer coisa experimentada desde 7 de outubro de 2023. Além disso, os especialistas afirmaram que a ONU não pode mais garantir a segurança de suas equipes na Faixa de Gaza, citando um ataque de tanque israelense a um complexo da ONU em Deir al-Balah.
Nesse sentido, o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, alertou na terça-feira (8) que Gaza se tornou um “campo de extermínio”, acusando “Israel” de obstruir o fornecimento e de não cumprir suas “obrigações inequívocas” em relação às necessidades dos moradores do território palestino.
Em declarações aos jornalistas, o chefe da ONU disse que mais de um mês se passou “sem uma gota de ajuda humanitária em Gaza. Sem comida. Sem combustível. Sem remédios. Sem suprimentos comerciais. À medida que a ajuda secou, as comportas do horror se reabriram”.
Sobre os últimos acontecimentos em Gaza o partido Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) declara o seguinte:
Em nome de Deus, o mais gracioso, o mais misericordioso
Declaração de imprensa
A operação militar lançada pelas forças de ocupação sionista no campo de refugiados de Balata, em Nablus, representa uma nova escalada em sua agressão contínua contra o povo palestino. É uma extensão da guerra de extermínio que está em andamento há um ano e meio na Faixa de Gaza, e da campanha sistemática de deslocamento que visa Jenin e Tulkarm há vários meses.
Nosso povo palestino, que tem enfrentado a ocupação com firmeza e sacrifício, mais uma vez frustrará todas as tentativas do inimigo de atacar o incubador popular de resistência na Cisjordânia, especialmente em seus resilientes campos de refugiados. Esses crimes não terão sucesso em quebrar a vontade do nosso povo ou em dissuadi-los de defender sua terra, locais sagrados e direitos legítimos.
Saudamos a juventude heroica do campo de Balata, que enfrentou bravamente as forças de ocupação e defendeu seu campo. Ouvimos seus gritos pela resistência e por seus líderes mártires, um gesto de lealdade que confirma que nosso povo não se desviará do caminho de seus líderes livres.
Chamamos nosso povo na Cisjordânia a lançar uma ampla revolta popular, a se unir diante da ocupação e a fortalecer o espírito de solidariedade, apoio e respaldo às áreas submetidas à agressão sionista.
Movimento de Resistência Islâmica – Hamas
Quarta-feira: 11 Shawwal 1446 AH
Correspondente a: 9 de abril de 2025