Após a gigantesca vitória da Resistência Palestina liderada pelo Hamas, os sobreviventes dos ataques genocidas do sionismo aproveitam o cessar-fogo para lidar com a imensa destruição deixada pela máquina de guerra de ‘Israel’. A rede catarense Al Jazeera publicou uma matéria sobre a busca de restos mortais de familiares e amigos dos sobreviventes. Centenas de milhares de palestinos retornaram a suas casas após a interrupção dos bombardeios israelenses contra alvos civis que duraram nada menos do que 15 meses.
A matéria destaca o drama humano das famílias para tentar identificar seus entes queridos a partir de restos de ossos ou de pertences como roupas, sandálias ou anéis, por exemplo. A dificuldade econômica de levar adiante testagens massivas de material genético é intensificada pelo bloqueio imposto pela entidade sionista, que restringe a entrada de equipamentos para teste de DNA na Faixa de Gaza. Esse impasse mantém muitas famílias numa “angústia perpétua”, impedindo ritos de despedida adequados, como o tradicional rito de enterro de restos mortais.
O síto libanês Al Mayadeen repercutiu matéria do britânico Financial Times, dizendo que os palestinos em Gaza “não voltam a nada após a guerra”, citando os ataques deliberados a instalações de saúde, residências e escolas. A matéria aponta que “estradas, lojas e parque foram substituídos por campos de areia, metal torcido e concreto em ruínas”.
As autoridades de saúde palestinas estimaram em cerca de 47 mil pessoas mortas desde o início da ofensiva genocida de ‘Israel’. Dentre elas uma quantidade enorme de mulheres, crianças e idosos. Civis atacados covardemente por uma máquina de guerra financiada pela burguesia imperialista.
O que a imprensa dos países imperialistas tem dificuldade de entender é que não se trata de qualquer povo, mas de um dos povos que mais desenvolveu um espírito coletivo de resistência, que supera a reação que a maioria das pessoas teria diante de tanto sofrimento e tantos abusos. Os palestinos não voltam “a nada”, voltam para sua terra, a Palestina, onde recomeçam mais uma vez.
Cabe ressaltar aqui que, apesar da covardia sionista contra civis, no terreno de combate a Resistência armada Palestina, liderada pelas Brigadas Al Qassam (braço armado do Hamas), derrotou as forças sionistas inúmeras vezes. Al Mayadeen também repercutiu a fala de um porta-voz das Forças de Ocupação de “Israel” (IOF na sigla em inglês), admitindo que a Brigada Givati havia perdido 86 soldados e comandantes desde o 7 de Outubro. A matéria cita que, após o acordo de cessar-fogo, “uma força militar significativa da Brigada Givati se retirou do norte de Gaza”.
O IOF tem o costume de “maquiar” os números de perdas do lado sionista para manter a propaganda positiva sobre o desempenho militar de ‘Israel’. Até porque recrutam judeus de várias partes do mundo e vender a ideia de que será um “passeio” ajuda muito a convencer jovens de classe média.
Porém, mesmo com todo esse controle sobre os dados, o próprio IOF teve que admitir a morte de 841 oficiais e soldados desde 7 de Outubro. As baixas incluem 67 comandantes de pelotão, 63 comandantes de companhia, 20 comandantes adjuntos, 7 comandantes adjuntos de batalhão e 4 comandantes de brigada. Cifras que provavelmente são superiores ao informado pelo IOF.
O Al Mayadeen também repercutiu publicações do jornal israelense Haaretz sobre a crise que se instalou no exército sionista após o acordo de cessar-fogo, com muitos oficiais renunciando a seus postos nos últimos dias. Na terça-feira, por exemplo, renunciaram o chefe do Estado-Maior Herzi Halevi, e o líder do Comando Sul, Yaron Finkelman.
Para quem duvida que o acordo de cessar-fogo foi uma vitória da Resistência Palestina, é importante saber o que Halevi alegou no anúncio da sua renúncia, publicada no Haaretz: “vou levar esse fracasso comigo pelo resto da minha vida”.
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