Nesta segunda-feira (17), a organização Oxfam publicou relatório que expõe a destruição que “Israel” causou contra a infraestrutura de saúde e de saneamento da Faixa de Gaza.
Segundo foi constatado, quase 1.700 quilómetros de redes de água e saneamento foram destruídos, acrescentando que “grandes reparos em redes são urgentemente necessários, mas Israel hesita em aprovar suprimentos”.
Graças à pressão realizada pelo Hamas na última semana, “Israel” foi obrigado a permitir que a entrada de ajuda humanitária fosse retomada. Contudo, segunda a Oxfam, “o quadro continua extremamente sombrio e perigosamente crítico, especialmente nas províncias do Norte e Rafá.
A organização destaca que nesses locais, a quantidade de água tratada disponível corresponde a 7% do nível anterior ao conflito, ou 5,7 litros por pessoa por dia, o que aumenta a disseminação de doenças transmitidas pela água.
Foi constatado também que mais de 80% da infraestrutura de água e saneamento na Faixa de Gaza foi parcial ou totalmente destruída, incluindo todas as seis principais estações de tratamento de águas residuais; 67 por cento dos 368 poços municipais foram destruídos, com muitos poços privados sem poder funcionar por falta de combustível. Igualmente, 85 por cento das estações de bombeamento de esgoto (73 de 84) e redes foram destruídas, sendo que as que foram reparadas, também precisam de combustível para seu funcionamento. No que se refere às pequenas usinas de dessanilização, fundamental para a obtenção de água na região, 85% delas foram parcialmente danificadas ou completamente destruídas.
Nessa situação, “doenças infecciosas, incluindo diarreia aquosa aguda e infecções respiratórias” são “agora as principais causas de morte”, e o número de casos identificados por semana são de 46, sendo a maioria das vítimas crianças. Outras doenças que se proliferam por falta de água e tratamento de esgoto são varicela, sarna e impetigo, especialmente na região norte, alvo da última ofensiva sionista contra Gaza. Embora tenha havido certa vacinação contra poliomielite, a ameaça de surto da doença permanece, pois, conforme lembrado pela Oxfam, a OMS identificou o vírus da doença em 88% de amostras ambientais coletadas em novembro de 2024.
A coordenadora humanitária da Oxfam em Gaza, Clémence Lagouardat, denunciou que “apesar do aumento da ajuda desde o cessar-fogo, Israel continua a prejudicar severamente itens críticos necessários para começar a reparar os danos estruturais massivos de seus ataques aéreos. Isso inclui canos desesperadamente necessários para consertar redes de água e saneamento, equipamentos como geradores para operar poços”.
Ela declara que “reconstruir infraestrutura de água e saneamento é vital para que Gaza tenha um caminho para a normalidade após 15 meses de horror. O cessar-fogo deve ser mantido, e combustível e ajuda devem fluir para que os palestinos possam reconstruir suas vidas. A paz duradoura para palestinos e israelenses só pode vir por meio de um cessar-fogo permanente e uma solução justa”.