Driss Mrani

Fundador e presidente do Movimento Progressista Marroquino, que visa promover princípios progressistas no Marrocos derrubando a monarquia totalitária que serve ao imperialismo e, então, estabelecer uma república democrática na qual todos os segmentos do povo marroquino participem sem descriminação

Coluna

Futebol antes da dignidade dos marroquinos

Crianças estudam em condições precárias, mulheres e idosos enfrentam o frio e a falta de recursos, enquanto milhões de dirhams são destinados a embelezar a imagem do esporte

Rabat testemunhou recentemente a reabertura do Estádio Príncipe Moulay Abdellah após reformas que custaram somas enormes ao erário público, em meio a um clima festivo e ampla cobertura oficial e midiática. Mas por trás dessas imagens brilhantes, o cidadão marroquino se faz uma pergunta dolorosa: como é possível reinaugurar um estádio luxuoso enquanto milhares de vítimas do terremoto de Al Haouz ainda vivem em tendas, privadas das condições mais básicas de dignidade humana?

Desde a catástrofe de setembro de 2023, muitas famílias ainda aguardam moradias alternativas ou, pelo menos, soluções transitórias que lhes garantam abrigo e segurança. Crianças estudam em condições precárias, mulheres e idosos enfrentam o frio e a falta de recursos, enquanto milhões de dirhams são destinados a embelezar a imagem do esporte marroquino diante do mundo.

A contradição é gritante: o Estado se apressa em concluir as obras de um estádio para garantir a realização de partidas internacionais e reforçar o slogan de “Marrocos, país de grandes eventos”, enquanto os projetos de reconstrução são adiados e as regiões afetadas ficam relegadas ao esquecimento.

O esporte é, sem dúvida, importante. Mas não pode se sobrepor a uma tragédia humana da dimensão do terremoto de Al Haouz. O dinheiro gasto em novos assentos, grama importada e telões poderia ter construído milhares de casas simples para as famílias atingidas. Reabrir o estádio neste momento não é uma conquista, mas sim uma mensagem dolorosa para as vítimas: sua situação não importa tanto quanto a imagem das arenas esportivas diante das câmeras.

No fim, ninguém é contra o desenvolvimento da infraestrutura esportiva, mas o dever nacional e moral exige que se priorize o ser humano antes do cimento e da grama. Os estádios podem esperar; a dignidade humana, não.

* A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a deste Diário

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