A fronteira entre Tailândia e Camboja voltou a registrar confrontos armados, apesar de um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos em julho. Nesta segunda-feira (8), a Tailândia realizou ataques aéreos contra posições cambojanas, alegando violação do acordo por parte das tropas vizinhas. O conflito reativa uma disputa territorial que se arrasta há mais de meio século, originada ainda na época do domínio colonial francês sobre Camboja.
De acordo com o exército tailandês, os novos embates começaram no domingo, quando soldados cambojanos teriam aberto fogo contra militares da Tailândia na província de Ubon Ratchathani, no leste do país. Um soldado tailandês morreu e outros quatro ficaram feridos. Em seguida, tropas tailandesas teriam sido atacadas com artilharia e drones na base de Anupong, o que serviu de justificativa para a intensificação da resposta.
O porta-voz da Força Aérea Real tailandesa, brigadeiro Jackkrit Thammavichai, confirmou o uso de caças F-16, sob a alegação de “reduzir ao mínimo as capacidades militares do Camboja” e proteger a população civil. Já o Ministério da Defesa cambojano, por meio da porta-voz tenente-general Maly Socheata, acusou a Tailândia de realizar vários ataques contra as posições cambojanas com armas leves, morteiros e tanques. A porta-voz negou que o país tenha retaliado e classificou as acusações de Bangkok como “infundadas”.
A disputa de fronteira remonta ao período em que o território cambojano era administrado pela França, até 1953. A delimitação feita pelos colonizadores é contestada pelos dois países e serviu de estopim para conflitos anteriores. Em julho, os combates resultaram na morte de dezenas de pessoas e no deslocamento de mais de 200 mil moradores de ambos os lados da fronteira.





