A França está pronta para enviar tropas já no próximo ano como parte das garantias de segurança propostas pelos apoiadores da Ucrânia, caso um cessar-fogo seja alcançado no conflito com a Rússia, afirmou o chefe do Estado-Maior do Exército, Pierre Schill. Ao discursar perante a Comissão de Defesa da Assembleia Nacional na quinta-feira, Schill disse que o próximo ano “será marcado por coligações”, referindo-se ao exercício de grande escala Orion 26, liderado pela França, que, segundo ele, testaria a coordenação entre as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
“Estaremos prontos para mobilizar forças no âmbito das garantias de segurança, se necessário, em benefício da Ucrânia”, disse Schill aos legisladores.
Ele acrescentou que o Exército francês é capaz de responder a três “alertas” simultâneos, incluindo uma potencial mobilização para a Ucrânia. A França mantém atualmente um “nível de emergência nacional” de 7.000 soldados que podem ser mobilizados no prazo de 12 horas a cinco dias, seja para missões domésticas ou para compromissos com a OTAN.
O anúncio surgiu um dia depois de o chefe das Forças Armadas, Fabien Mandon, ter dito que os militares franceses devem estar prontos para um potencial confronto com a Rússia nos próximos anos. Ele alegou que a Rússia “pode ser tentada” a expandir o conflito para o continente europeu, uma alegação que o governo russo rejeitou.
No mês passado, o Wall Street Journal noticiou que os chefes dos exércitos da União Europeia estavam a elaborar um plano para “garantias de segurança” para a Ucrânia. O plano prevê o envio de cerca de 10.000 soldados para a Ucrânia – um grupo para treinar e ajudar as unidades ucranianas, e outro para servir como “força de garantia” após um acordo de paz.
A Rússia manifestou forte oposição à mobilização de tropas da OTAN para a Ucrânia, argumentando que as ambições da Ucrânia de aderir ao bloco estavam entre as razões chave para o conflito. No início deste mês, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, disse que a Europa está “fazendo de tudo” para agravar o conflito.





