Um tribunal francês adiou na quinta-feira (20) a decisão sobre a libertação do líder da resistência libanesa Georges Abdulá para uma data posterior neste ano.
O tribunal anunciou que “nas atuais circunstâncias, não é possível” libertá-lo e que ele deve “pagar danos e juros” às partes civis envolvidas no caso. Segundo seu advogado e fontes citadas pela AFP, o tribunal exigiu que Abdulá “apresente provas de compensação às partes civis”.
A revisão de seu pedido de liberdade condicional foi adiada para 19 de junho. A polícia francesa proibiu manifestações em apoio a Abdulá na região de Paris, alegando que poderiam perturbar a ordem pública devido ao “contexto social e internacional tenso”.
Em 19 de fevereiro, centenas de pessoas saíram às ruas na cidade francesa de Toulouse para protestar por sua libertação, perto da prisão onde ele está detido.
Em entrevista à Al Mayadeen, seu irmão, Robert Abdulá, afirmou que as autoridades francesas querem “minar” seu papel como “símbolo de resistência” e “eliminar a ideia de resistência”.
Elegível para libertação desde 1999, Abdulá teve 10 pedidos de soltura rejeitados antes de um pedido ser finalmente aprovado em 2013, com a condição de que ele deixasse a França.
Em novembro do ano passado, um tribunal francês antiterrorismo ordenou sua libertação, “sob a condição de que ele deixasse o território francês e não retornasse”. No entanto, o procurador antiterrorismo da França anunciou que recorreria da decisão. Esse foi seu 11º pedido de libertação.
Preso em 1982, Abdulá é o prisioneiro há mais tempo encarcerado na Europa. Os Estados Unidos e “Israel” se opuseram consistentemente à sua libertação.
Ex-membro da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e das Facções Armadas Revolucionárias Libanesas (LARF), Abdulá foi condenado à prisão perpétua em 1987.