A Frente Popular para a Libertação da Palestina (PFLP) alertou que a Cisjordânia ocupada está à beira de uma grande escalada, sublinhando que a eclosão de uma Terceira Intifada está agora “mais próxima do que nunca”.
O partido disse que este aviso surge em resposta direta ao assassinato de dois jovens palestinos pela ocupação israelense em Jerusalém ocupada na noite de quinta-feira (20). A FPLP sublinhou que este crime, juntamente com o derramamento de sangue contínuo e a violência desenfreada dos colonos, destruirá qualquer ilusão de paz, acrescentando que a raiva acumulada dos palestinos “irá irromper como lava contra a ocupação”.
No seu comunicado, a PFLP afirmou que “o fogo, a destruição e o ataque a civis revelam uma doutrina racista e fascista profundamente enraizada e uma constituição psicológica doentia de um grupo de assassinos e indivíduos desequilibrados para quem o crime se tornou uma natureza humana distorcida”, descrevendo as ações da ocupação como enraizadas numa ideologia de brutalidade.
O grupo afirmou que os palestinos “não permanecerão passivos perante tamanha brutalidade criminosa e não se curvarão ao terrorismo organizado”, insistindo que a Resistência é a única resposta possível.
Segundo a PFLP, a ocupação está iludida se pensa que a escalada dos crimes trará “calma”. Em vez disso, disse que tal agressão irá intensificar o impulso revolucionário e transformar a Cisjordânia “num teatro de desgaste para a ocupação e os seus colonos”, impondo um confronto total em todas as frentes.
A FPLP advertiu ainda que a existência contínua da entidade ocupante representa “um centro de extermínio e uma grave ameaça para a humanidade como um todo”, defendendo que a verdadeira estabilidade regional só pode ser alcançada “através do desarraigamento completo da ocupação”.
A PFLP também instou os povos livres e os movimentos globais a intensificarem os esforços para isolar o que descreveu como um sistema criminoso. A FPLP a um boicote abrangente, à remoção da legitimidade da ocupação e a tratar seu governo “apenas como um grupo de assassinos desonestos e inimigos dos valores humanos”.
Colonos israelenses levaram a cabo uma série de ataques violentos contra palestinos e as suas propriedades em várias áreas da Cisjordânia ocupada desde a noite de quinta-feira (20).
Em Masafer Yatta, a sul de al-Khalil, colonos agrediram violentamente palestinos em Khirbet al-Markaz, de acordo com relatos locais.
Em Beit Lahm, vários palestinos sofreram inalação de gás lacrimogéneo após agressões por forças de ocupação e colonos na aldeia de Kisan.
Em Ramala, colonos incendiaram uma sala agrícola na aldeia de Abu Falah, deixando para trás pichações racistas rabiscados nas paredes.
Em Nablus, seis villas turísticas em construção em Jabal Tarouja, entre as aldeias de Al-Lubban al-Sharqiya e Amouriya, foram incendiadas por colonos. O guarda do complexo sofreu queimaduras ao tentar extinguir o fogo. Colonos também atacaram um viveiro de plantas em Deir Sharaf, a oeste de Nablus, destruindo as suas colheitas.
As forças de ocupação israelenses prenderam quatro palestinos do bairro de Aqtaba, a leste de Tulcarém.
