Forças afiliadas ao Conselho de Transição do Sul (STC), grupo apoiado pelos Emirados Árabes Unidos, assumiram o controle de uma importante instalação petrolífera na província de Shabwa, no leste do Iêmen. A tomada do complexo de al-Aqla ocorreu após a retirada da 21ª Brigada Mecanizada, ligada ao partido al-Islah, segundo informações de fontes militares citadas pela emissora Aden Independent TV.
Com o controle de al-Aqla, o STC consolida sua presença sobre zonas estratégicas de Shabwa, província que figura como terceiro maior território do país, atrás apenas de Hadramawt e al-Mahra. O grupo já vinha ampliando sua influência na região há mais de dois anos, em meio a choques com forças alinhadas ao governo pró-imperialista e a outras facções patrocinadas pela coalizão liderada pela Arábia Saudita.
Porta-voz das chamadas Forças Armadas do Sul, Mohammed al-Naqeeb anunciou o envio de tropas de elite hadhrâmias à cidade de Sayun, em Wadi Hadhramawt, com o argumento de “reforçar a segurança e a estabilidade” diante de supostas ameaças. Na prática, a movimentação aprofunda a fragmentação do campo anti-Ansar Alá, com grupos rivais disputando o controle de recursos e territórios sob patrocínio de potências regionais.
Os Emirados Árabes Unidos mantêm controle efetivo sobre a área e o porto de Balhaf, em Shabwa, único terminal de exportação de gás do Iêmen desde 2015. A paralisação das exportações, que poderiam gerar até US$4 bilhões anuais para o Estado iemenita, representa um prejuízo acumulado estimado em cerca de US$40 bilhões na última década, em um país devastado por guerra, fome e destruição de infraestrutura.




