América Latina

Forças Armadas ameaçam partidos que denunciam golpe em Honduras

“Mesmo que me levem àquela sessão plenária sob a mira de armas, não me obrigarão a validar uma fraude”, reagiu integrando do conselho eleitoral

Nesta segunda-feira (22), a emissora venezuelana teleSUR denunciou mais uma etapa do processo golpista em andamento nas eleições gerais de Honduras, realizadas em 30 de novembro. O Partido Livre, partido do nacionalismo burguês hondurenho, já havia protocolado um pedido formal para a anulação da contagem de votos após identificar graves irregularidades no sistema de Transmissão de Resultados Eleitorais Preliminares (TREP) e na apuração final.

O repórter Karin Duarte, da teleSUR, afirma o seguinte:

“Meus colegas do Partido Liberdade e Refundação (Livre) e do Partido Liberal denunciaram que membros das Forças Armadas ameaçaram prender imediatamente integrantes das Juntas Especiais de Verificação e Recontagem (JVR) caso persistissem no envio de ‘folhas de apuração zeradas’ — um procedimento totalmente legal quando são detectadas inconsistências graves nas seções eleitorais.”

Além disso, o Partido Livre utilizou as redes sociais para divulgar um vídeo alegando que seus representantes foram intimidados por militares. Estes teria dito para que não enviassem votos nulos ou atas de apuração zeradas, sob ameaça de retirada dos locais de votação e prisão. O correspondente da teleSUR informou que pelo menos 200 membros do Partido Liberal receberam ameaças semelhantes.

De acordo com o artigo 1º da Lei Constitutiva das Forças Armadas hondurenhas, os militares não têm qualquer participação no processo eleitoral; sua missão limita-se a garantir a segurança do processo e dos materiais.

Segundo a teleSUR, “as folhas de apuração com contagem zero são um instrumento legal para o controle do sistema eleitoral hondurenho. Juntas especiais estão autorizadas a emiti-las quando existem inconsistências irreconciliáveis, como assinaturas ausentes, discrepâncias entre folhas de apuração, dados contraditórios ou uma declaração formal de nulidade. Longe de ser uma irregularidade, seu uso protege a integridade do voto e a vontade popular”.

Marlon Ochoa, membro do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), anunciou que contestaria os resultados e se recusou a validar o que chamou de processo fraudulento supervisionado por interesses externos.

“Mesmo que me levem àquela sessão plenária sob a mira de armas, não me obrigarão a validar uma fraude”, declarou Ochoa.

A candidata do Livre, Rixi Moncada, foi enfática ao denunciar um “golpe eleitoral em curso”. Ela atribui a responsabilidade por essa manobra a uma aliança entre a burguesia local hondurenha e o governo dos Estados Unidos, relatando um apoio norte-americano incondicional ao candidato Nasry Asfura, do Partido Nacional.

Ochoa insistiu que a única solução legítima é uma recontagem voto a voto, urna por urna, com a abertura de todas as 19.167 seções eleitorais. Por outro lado, representantes do Partido Liberal permanecem reunidos em frente ao Instituto Nacional de Formação Profissional (INFOP), exigindo que o CNE esclareça irregularidades em mais de duas mil atas de votação.

Nos últimos resultados preliminares disponíveis, a diferença entre os dois principais candidatos era pequena: 40,52% (1.298.835 votos) para Nasry “Tito” Asfura, do Partido Nacional (apoiado por Trump), e 39,20% (1.256.428 votos) para Salvador Nasralla, do Partido Liberal. Em terceiro lugar aparece Rixi Moncada, do Partido Livre, com 19,29% (618.448 votos).

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