Ricardo Machado

É dirigente do Sindicato dos Bancários de Brasília e ex-dirigente da CUT-DF. Integra a Coordenação dos Comitês de Luta do DF e Membro do Partido da Causa Operária (PCO)

Coluna

FETEC/CN/CUT larga na frente contra as armadilhas do Itaú

Os banqueiros do Itaú/Unibanco estão tentando passar a perna, mais uma vez, na categoria quanto à assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho específico

Estão sendo realizados diversos atos nas agências do Banco Itaú/Unibanco, organizados pela Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro Centro Norte (FETEC/CN), federação que representa todos os bancários dos Estados de Mato Grosso, Rondônia, Acre, Roraima, Distrito Federal, Pará, Amapá, da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno, e das cidades de Rondonópolis (MT) e Região Sul, de Dourados (MS) e Região, Barra do Garças (MT) e Região e de Campo Grande (MS) e Região, conjuntamente com o Sindicato dos Bancários de Brasília. O objetivo é protestar contra as armadilhas que estão sendo preparadas pelos banqueiros em relação aos direitos dos bancários, conquistados através de muitas lutas ao longo dos últimos anos.

Os banqueiros do Itaú/Unibanco estão tentando enganar, mais uma vez, a categoria na assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho específico (ACT) do Itaú. Com algumas cláusulas, que, na verdade, são meros penduricalhos no acordo, oferecendo benefícios aparentes para os bancários, como aumento da ajuda de custo do teletrabalho, a inclusão da 12ª parcela anual e do Ensino à Distância (EaD) no auxílio-educação, eles buscam, nesse mesmo acordo, impor a impossibilidade de compensação de horas extras (banco de horas) nos sábados, domingos e feriados e transferir para os sindicatos dos bancários – uma responsabilidade que claramente deveria ser do empregador – a validação dos pontos eletrônicos.

Ou seja, primeiramente, pretendem explorar ainda mais o bancário, convocando-o para trabalhar em seus dias de folga legalmente constituídos, sem remuneração adicional. Isso se deve ao banco de horas, que permite ao empregador não remunerar as horas excedentes de trabalho. Em segundo lugar, buscam transferir às entidades de luta da categoria bancária a obrigação patronal de validar os pontos eletrônicos, o que poderá resultar, em caso de questionamento judicial por parte dos bancários em relação ao controle de ponto, na justificativa de que a própria entidade representativa da categoria validou o ponto. Isso transformaria a entidade sindical em ré em ações trabalhistas movidas pelos próprios bancários. Um verdadeiro absurdo.

As manifestações que estão ocorrendo nas diversas dependências do banco, além de protestar contra mais uma armadilha dos banqueiros do Itaú/Unibanco no ACT, também são uma resposta à política de reestruturação em curso, não apenas no Banco Itaú, mas em praticamente todos os bancos. Essa política envolve demissões em massa, terceirizações e fechamento de agências. Trata-se de um ataque reacionário contra a categoria bancária e, logicamente, contra toda a população, que sofre com a precarização do atendimento bancário e, em muitos casos, com sua completa ausência.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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