Brasil

Fascistas do ‘Invasão Zero’ organizam encontro nacional

Grupo fascista Invasão Zero se organiza para ofensiva contra indios

Na última terça-feira, 3 de junho, foi ao ar o Programa de Índio, transmitido pelos canais Lives da COTV e Coletivo Terra Vermelha. Apresentado por Renato Farac e Marcelo Batarce, o episódio abordou inicialmente a reunião do PCO na aldeia Amambaí, no Mato Grosso do Sul, e o crescimento do partido entre o povo guarani caiouá.

O destaque do programa, porém, se consolidou na segunda metade, quando os apresentadores aprofundaram uma denúncia contundente contra a Invasão Zero, grupo ruralista de extrema direita que se organiza como milícia armada contra índios, sem-terra e movimentos sociais.

Invasão Zero: milícia rural com aparato político e encontro nacional

O tema ganhou corpo quando um internauta questionou no chat por que impedir invasões seria considerado fascismo. A partir daí, o programa revelou detalhes da atuação do grupo Invasão Zero, sua ligação direta com fazendeiros, policiais, pistoleiros e deputados da extrema direita, e sua convocação para um encontro nacional em Ilhéus (BA), no próximo dia 7.

Farac explicou que o grupo “formam milícias junto com policiais” e alertou: “eles são violentos! Eles matam, eles perseguem lideranças e organizações”, acrescentando ainda: “eles estão articulados no Congresso Nacional”.

Segundo Farac e Batarce, o encontro nacional em Ilhéus será uma tentativa de unificar as milícias do latifúndio, consolidando sua atuação como força política e armada contra a luta indígena e camponesa. O evento conta com apoio aberto de parlamentares bolsonaristas e representantes da Frente Parlamentar da Agropecuária.

A pauta do encontro inclui uma série de medidas repressivas contra os povos indígenas, como a defesa do Marco Temporal, o apoio ao PDL que anula homologações recentes de terras indígenas e até a rejeição à política de desapropriação mínima proposta pelo governo Lula.

“O governo criou um negócio que se chama prateleira de fazendas”, explicou Farac, destacando que são terras já com dívidas ou problemas ambientais. “Seria chutar cachorro morto”. Ele completa: “até essa reforma agrária, entre aspas […] o Invasão Zero quer paralisar”.

Marcelo Batarce apontou a presença do movimento em reintegrações de posse: “em várias ações da PM aqui em Dourados […] o pessoal denuncia que o pessoal da Invasão Zero […] junto com a polícia”.

Na sequência, Farac criticou a passividade institucional diante desse avanço: “eles estão mobilizando uma base atuante, militante […] a esquerda está com esse negócio de justiça, como se fosse do nosso lado […] a esquerda virou um cartório”.

Crescimento do PCO entre os guarani caiouá

O programa começou relatando a reunião da direção do PCO na aldeia Amambaí, com presença do dirigente Toninho, vindo de São Paulo. Batarce destacou que a visita teve como objetivo ouvir as comunidades de índios e discutir a situação política, especialmente o fracasso do governo na demarcação de terras.

“Parece que agora o MPI já está meio de férias aí da luta”, observou Marcelo, completando: “as pessoas que estão ocupando o MPI estão preocupadas com os cargos, se vão perder cargos ou os cargos que vão conquistar aí na próxima eleição”.

Apesar da omissão estatal, ele apontou um crescimento de apoio ao PCO: “existem muitos índios querendo se filiar ao PCO aqui no Mato Grosso do Sul. A política do PCO tem sido muito requisitada”.

Retomada Curução Amba e repressão policial

O programa exibiu vídeo do jornalista indígena Gilberto Fernandes sendo abordado pela PM enquanto documentava uma ação em Curução Amba (MS). Farac apenas comenta: “mesmo sendo filmado”.

Foi mencionado também o caso de Daniel e seu irmão, presos dias antes no município vizinho de Amambaí, enquanto procuravam atendimento médico. Farac comentou: “inclusive das organizações governamentais, FUNAI, Ministério dos Povos Indígenas, que não fazem nada em relação a essa violência”.

Aty Guasu e o silêncio do MPI

Durante a Aty Guasu, tradicional assembleia guarani caiouá, o Ministério dos Povos Indígenas foi cobrado por sua ausência. Segundo Farac: “o que foi passado para os guarani caiouá no Aty Guasu é que a ministra não poderia vir por que ela estava preocupada aí na articulação aí contra esses ataques”.

Contudo, o programa mostrou que, nos mesmos dias, ela recebeu dois prêmios: “esse daí é da UFRJ, se eu não estou enganado. E o outro foi no outro dia, foi em Brasília mesmo, aquela medalha do Rio Branco, alguma coisa assim”.

Farac concluiu: “a pessoa não está minimamente interessada nos índios, na situação dos índios, mas está interessada aí em ter o ego inflado, sendo bajulada por ganhando prêmio”.

Reforma agrária e autodemarcação

Marcelo Batarce relatou que indígenas no entorno da Reserva de Dourados têm ocupado territórios não demarcados formalmente. Segundo ele: “As casas estão recebendo energia já, então a gente poderia chamar uma espécie de autodemarcação”.

Farac encerrou com crítica à narrativa do agronegócio: “Eles falam que é o latifúndio que traz a riqueza para o Brasil […] Mas que riqueza? […] Se o latifúndio trouxesse alguma riqueza, nós estávamos todos ricos”.

Para ver a discussão na íntegra, clique aqui:

 

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