Uma tempestade na última segunda-feira (31) deixou São Paulo e o Grande ABC em caos, com alagamentos generalizados, desabamentos e interrupções no transporte. A Avenida dos Estados, em Santo André, ficou submersa pelo transbordamento do Rio Tamanduateí, com carros arrastados e uma família de capivaras nadando entre os destroços. A Defesa Civil registrou 131 mm de chuva em Mauá, 84 mm em Santo André e 52 mm em São Bernardo, enquanto na capital, o Ribeirão dos Meninos e o Rio Verde transbordaram, afetando Ipiranga e Itaquera.
No ABC, a Estação Celso Daniel da CPTM, em Santo André, foi inundada, paralisando a Linha 10-Turquesa entre Utinga e Mauá a partir das 14h50. A companhia informou: “Na tarde desta segunda-feira, desde as 14h50, devido a pontos de alagamentos na via pelas fortes chuvas que caem na Região Metropolitana de São Paulo, os trens da Linha 10-Turquesa não estão circulando no trecho entre as estações Utinga e Mauá. Para atender os passageiros no trecho interrompido, foram solicitados 30 ônibus do sistema Paese”. Em Mauá, um desabamento no Jardim Zaira mobilizou três viaturas dos bombeiros, sem registro de vítimas até o momento.
Outros pontos sofreram estragos. Em São Bernardo, a Avenida Kennedy teve trechos interditados, e a Via Anchieta ficou bloqueada entre os km 13 e 13,2, com alagamentos nos km 18,5 e 20. São Caetano registrou vias públicas inundadas, enquanto em Santo André, o Córrego Guarara e o Rio Corumbé extravasaram, agravando a situação na Avenida dos Estados. Na capital, o Ipiranga entrou em alerta pelo Ribeirão dos Meninos, perto do ParkShopping São Caetano, e Itaquera enfrentou o transbordamento do Rio Verde. O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) reportou 26 pontos de alagamento na cidade.
A Defesa Civil enviou equipes para vistoriar as áreas afetadas. Em Mauá, o maior volume de chuva em três horas superou a média histórica de março, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que prevê mais precipitações na semana. Na Avenida dos Estados, bombeiros usaram botes para buscar vítimas em veículos submersos, mas não encontraram feridos. O shopping Grand Plaza, em Santo André, também foi invadido pela água, conforme relatos locais.
Os transtornos não decorrem de “mudanças climáticas”, mas do neoliberalismo e da política de rapina que saqueia as cidades. A riqueza é desviada, enquanto a infraestrutura para chuvas, quando existe, é destruída por falta de manutenção, e, quando inexistente, nunca é construída, abandonando a população à própria sorte.