O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou na sexta-feira (24) que a Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) não participará da entrega de assistência humanitária à Faixa de Gaza, confirmando efetivamente a continuidade da proibição de ajuda da UNRWA a Gaza, apesar da pressão internacional.
“A UNRWA não vai desempenhar qualquer papel nisso… a UNRWA se tornou uma subsidiária do Hamas”, disse Rubio a repórteres durante sua visita a “Israel”.
Rubio afirmou que entre oito a doze organizações estão atualmente participando das operações humanitárias dentro de Gaza, acrescentando que a ONU mantém uma presença no local.
Suas declarações vieram apenas dois dias depois que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) decidiu que “Israel” é obrigado a facilitar as atividades humanitárias da ONU, incluindo as da UNRWA, sob o Artigo 105 da Carta da ONU.
A CIJ enfatizou que a ocupação israelense deve respeitar os privilégios e imunidades da ONU e suas agências que operam na Palestina.
Yuji Iwasawa, juiz da CIJ, observou que as restrições israelenses à UNRWA não eram apoiadas por indícios críveis, afirmando que “Israel” não conseguiu provar que um número significativo de funcionários da agência era afiliado ao Hamas ou a qualquer outro grupo armado.
A ONU negou veementemente as alegações de quaisquer laços institucionais entre a UNRWA e o Hamas. O Vice-Porta-Voz da ONU, Farhan Haq, reafirmou na sexta-feira (24) que a UNRWA continua sendo uma organização humanitária neutra operando sob a supervisão da ONU e em total conformidade com o direito internacional.
Apesar da declaração de Marco Rubio sobre a UNRWA, a decisão da CIJ ressalta que “Israel” ainda é legalmente obrigado a permitir a entrega de ajuda da ONU em Gaza, onde as condições humanitárias continuam a se deteriorar. A CIJ também rejeitou a alegação de “Israel” contra a agência depois que esta não forneceu provas substanciais.
Desde que o cessar-fogo entrou em vigor, as autoridades israelenses bloquearam repetidamente as remessas de assistência essencial, enquanto um novo processo restritivo de registro de ONGs internacionais atrasou ainda mais as operações urgentes de socorro.
De acordo com uma carta conjunta, as restrições israelenses não apenas privam os palestinos de ajuda vital, mas também minam a coordenação do sistema de resposta de Gaza, que depende da cooperação entre organizações locais, instituições nacionais, agências da ONU e ONGs internacionais.





