Nesta quarta-feira (12), o site de notícias Jewish Press, informou que o Knesset, o parlamento de “Israel”, deu aprovação preliminar a um projeto de lei proposto pelo deputado Simcha Rothman, do partido da extrema direita sionista Partido Sionista Religioso, que determina a substituição do termo “Cisjordânia” por “Judeia e Samaria”.
Segundo o sítio libanês Al Mayadeen, Rothman criticou a terminologia atual na estrutura legal de “Israel” como uma “distorção histórica” que deve ser corrigida. “O fato de a linguagem jurídica oficial do Estado de Israel ainda incluir o termo vergonhoso ‘Cisjordânia’ é um insulto ao Knesset, ao povo judeu e à nossa história”, disse ele.
Rothman afirmou que “essa frase serve a uma narrativa falsa e apaga nossos direitos históricos”. O preâmbulo do projeto de lei afirma que “Judeia e Samaria são uma parte inseparável da pátria histórica do povo judeu”, ressaltando sua profunda importância na história judaica.
Com sua aprovação preliminar, o projeto de lei será agora encaminhado ao Comitê de Constituição, Lei e Justiça do Knesset, presidido por Rothman, para deliberação adicional antes de prosseguir para leituras adicionais.
Logo após o cessar-fogo na Faixa de Gaza, o exército de ocupação virou seus canhões e mísseis diretamente para a Cisjordânia, mostrando claramente que a ambição sionista é exterminar toda a população palestina nos dois territórios. Essa denuncia deixa claro que o primeiro-ministro Benjamin Netaniahu não é o único abertamente um fascista, mas de todo o regime israelense de conjunto, afinal a proposta de mudança de nome da Cisjordânia vem do parlamento.
Por outro lado, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) condenou a implementação de planos de anexação e deslocamento divulgado pelas autoridades de ocupação israelenses na Cisjordânia ocupada, por meio de políticas de assentamento baseadas no roubo de terras e recursos palestinos em benefício de colonos fortemente armados.
Em uma declaração, o movimento disse: “a declaração do roubo do que a ocupação alega ser propriedade estatal e ausente na Cisjordânia ocupada — mais recentemente a apreensão de terras em Ramalá, Tubas e no Vale do Jordão — para uso em projetos pastorais de colonos é parte dos esquemas de anexação e controle que estão sendo rapidamente aplicados em meio à crescente agressão militar contra a Cisjordânia”.
O Hamas observou ainda que a causa palestina está atualmente enfrentando uma fase extremamente crítica e sensível, “sob um governo de extrema direita movido por ambições insaciáveis de tomar mais terras na Cisjordânia, com o apoio dos Estados Unidos e as ilusões que Trump está vendendo ao público sionista”.
Repercutida pelo Al Mayadeen, a declaração do Hamas indica que “esta campanha tem como objetivo estrangular cidadãos palestinos, transformar suas vidas em um inferno e impor novas realidades no local em favor dos colonos”.
Vale ressaltar que, em meados de julho de 2024, o órgão libanês publicou uma matéria afirmando que o Knesset votou para aprovar uma resolução rejeitando o estabelecimento de um estado palestino. Partidos da coalizão de Netaniahu e partidos de direita da oposição, incluindo o partido State Camp de Benny Gantz, copatrocinaram a resolução. Enquanto isso, o ministro das Finanças Bezalel Smotrich disse no Knesset: “o Estado Palestino não pode ser estabelecido porque não existe um povo palestino”.