A China informou, nesta segunda-feira (29), que realizará um teste militar de larga escala que cercará a ilha de Taiuã. A operação, chamada “Missão Justiça 2025”, já teve início e será realizada até terça-feira (30), com exercícios com caças que durarão de 8h às 18h, no horário de Pequim.
As manobras são realizadas em defesa da soberania territorial com base no princípio de “Uma Só China”. A ilha de Taiuã é foi ocupada pelo imperialismo e é governada de forma “autônoma” como República da China desde 1949, mas é considerada pela China como parte de seu território.
Os exercícios realizados pelo Exército de Libertação Popular (ELP), que é a força armada oficial da República Popular da China, envolvem forças navais, aéreas, terrestres e de mísseis integradas, desdobradas em cinco regiões estratégicas ao redor da ilha, em atividades de bloqueio portuário e combate aéreo-marítimo. Com essas manobras militares em larga escala ao redor de Taiuã, a China demonstra mais uma vez a capacidade do Exército de Libertação Popular (ELP) de lidar com um cenário de combate nessa região.
O porta-voz do ELP declarou que a operação é um “alerta severo” do governo chinês contra os apoiadores da independência da ilha e uma “ação legítima e necessária” para preservar a soberania chinesa. Os exercícios estão ocorrendo em meio a uma profunda crise diplomática entre Pequim e Tóquio, agravada pelas recentes declarações da primeira-ministra Sanae Takaichi sobre a situação de Taiuã. Os objetivos políticos são enviar um sinal claro às forças separatistas que defendem a “independência” de Taiuã dentro da ilha, bem como às nações que interferem nos assuntos internos de Taipei, na ilha chinesa.
Na semana passada, congressistas japoneses visitaram Taiuã e se encontraram com o líder da ilha, Lai Ching-te, do Partido Democrático Progressista, principal partido pró-imperialista na política em Taiuã.
A ilha de Taiuã definiu o anúncio do exercício militar chinês ao redor da ilha como uma tentativa de “intimidação” e “ameaça militar”. Segundo o Gabinete Presidencial da província, a operação é um “desrespeito às normas internacionais”. A crise é ainda mais agravada pelo fato de altos funcionários japoneses terem alertado, em inúmeras declarações, sobre uma possível remilitarização do Japão, um país com um histórico de dominação e colonização de Taiuã que se estende por mais de 50 anos: durante a Segunda Guerra Mundial, por meios militares; e, após a guerra, por meios políticos e econômicos.
Em relação ao Japão, a primeira-ministra do país declarou, em novembro, que uma interferência chinesa em Taiuã daria ao Japão o direito de atacar a China. A fala causou uma crise diplomática que se estende até o momento.
As manobras militares ocorrem no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acaba de aprovar uma nova venda de armas multimilionária para Taiuã, o que não foi bem recebido por Pequim, considerando que ambas as nações adotaram uma postura conciliatória após o encontro bilateral entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, em outubro passado, na Coreia do Sul. A China respondeu a essa venda impondo sanções a mais de 20 empresas militares norte-americanas e a 10 altos funcionários dos EUA.
Além de pressionar o governo separatista de Taiuã, a China também mira dar um recado aos Estados Unidos e ao Japão. A operação será realizada 11 dias depois que os EUA aprovaram a venda de US$11 bilhões em armas para Taiuã.




