O Tribunal Internacional de Crimes de Bangladexe sentenciou, nesta segunda-feira (17), à pena de morte, à ex-primeira-ministra Sheikh Hasina em um caso de “crimes contra a humanidade”. O veredito a considerou culpada de ordenar uma repressão violenta aos protestos liderados por estudantes no ano passado, de acordo com a imprensa local.
As acusações contra Hasina incluem assassinato, tentativa de assassinato e tortura, supostamente por ordenar o uso de armas letais contra os manifestantes.
“Os vereditos anunciados contra mim foram feitos por um tribunal fraudulento, estabelecido e presidido por um governo não eleito sem mandato democrático. Eles são tendenciosos e politicamente motivados”, declarou Hasina em um comunicado. Hasina, que fugiu para a Índia após a revolta em 2024, disse em uma entrevista recente à RT que o veredito foi uma “conclusão precipitada”.
O que começou como uma reivindicação popular por cotas de empregos no setor público foi sequestrado por agentes externos que estimularam os jovens manifestantes a derrubar o regime do país. No meio da turbulência estavam ONGs ligadas aos Estados Unidos e a oposição ao governo de Hasina.
Ex entrevista recente, um ex-ministro do governo de Hasina acusou os ex-presidentes norte-americanos Joe Biden e Bill Clinton e o bilionário húngaro-norte-americano George Soros, além do vencedor do Prêmio Nobel Muhammad Yunus de serem os arquitetos dos protestos reacionários.
De acordo com o ex-ministro, partes das Forças Armadas de Bangladexxe também desempenharam um papel “questionável” na crise, permitindo que grupos armados devastassem cidades, atacassem delegacias de polícia e mirassem apoiadores do governo. Ele acrescentou que atiradores de elite treinados e misteriosos surgiram quando os protestos se espalharam para além dos campi universitários.
“Então, o caos foi cuidadosamente planejado com esse dinheiro. E então o caos se transformou em um grande tumulto. No tumulto, houve assassinatos calculados, execuções, usando rifles de precisão”, criticou, argumentando que a polícia de choque em Bangladexe não usa rifles de precisão.
Até 1.400 pessoas morreram, a maioria por tiros das forças de segurança na repressão, segundo estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas). Os protestos terminaram depois que Hasina fugiu do país. Outros que foram acusados no caso são o ex-ministro do Interior Asaduzzaman Khan Kamal e o ex-chefe de polícia Chowdhury Abdullah Al-Mamun. Al-Mamun foi o único acusado presente no tribunal.


