Supremo Tribunal Federal

Ex-assessor expõe entranhas do tribunal antidemocrático de Moraes

Perseguido por ministro do STF, Tagliaferro afirmou que se mudou definitivamente para a Itália

Em entrevista realizada nesta quarta-feira (3) pelo jornal Metrópoles, o ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo Tagliaferro, fez revelações contundentes, acusando o ministro Alexandre de Moraes e outras figuras do Judiciário de irregularidades graves e perseguição política.

Tagliaferro, que atuou como perito no gabinete de Moraes, afirmou que a perseguição contra empresários ligados a Jair Bolsonaro foi o ponto mais crítico das irregularidades. Ele revelou que a operação de busca e apreensão contra esses empresários, em agosto de 2022, foi baseada unicamente em uma matéria jornalística. “A busca e apreensão se daria na segunda ou na terça-feira, até me espantei porque a gente achava que era na segunda e ela aconteceu, se eu não me engano, numa terça-feira, dia 23 de agosto. Então, todo esse trabalho foi feito, essa busca de apreensão foi feita com base somente em uma matéria jornalística”, disse ele, ressaltando o caráter ilegal da ação.

O ex-assessor declarou que, após a repercussão negativa, o ministro solicitou a criação de um relatório para justificar a operação retroativamente. “O Aton Vieira, pela sua dificuldade de utilizar um computador, pediu em sigilo para que eu fizesse, me mandou as ‘specs’, me mandou tudo, falou: ‘Não comente com ninguém, não comente com o ministro'”. Segundo Tagliaferro, este relatório, que incluía “mapas mentais” para dar a impressão de uma investigação prévia, foi assinado com data retroativa. “Se você olhar o relatório tá assinado com dia 20 feito no dia 18 em cima no topo. Foi até um erro meu que eles não perceberam”. Ele explicou que os metadados do arquivo comprovariam a adulteração da data.

A origem das conversas dos empresários, que supostamente seriam a base da perseguição, também foi revelada por Tagliaferro. Ele afirmou ter recebido os documentos de uma militante de extrema esquerda, Letícia Salorenzo, a quem se referiu como “a famosa bruxa da UnB“. “Ela era uma militante, uma militante de extrema esquerda, e ela vivia mandando mensagens para um juiz, mandando mensagens para outra pessoa, para mim, pra gente que fizesse as vontades dela, ou seja, a gente perseguisse a direita”, disse ele. Tagliaferro alegou que Salorenzo se infiltrava em eventos bolsonaristas e, por se dizer amiga da esposa de Moraes, “tinha acesso a eventos dentro do Judiciário” que não seriam acessíveis a pessoas comuns.

Tagliaferro relatou que sua decisão de coletar provas e denunciar as irregularidades o tornou alvo de uma perseguição processual. Ele afirmou que o processo ao qual responde é “o processo mais veloz do país”, com “168, 170 movimentações em menos de um ano”. Ele classificou essa velocidade como uma “ameaça em modo processual” por parte de Moraes.

O ex-assessor também denunciou uma tentativa de intimidação, na qual o ministro teria mandado intimá-lo no endereço de suas filhas, tornando público o local. “Sabendo aonde eu estou, aonde eu estou, que é na Itália. Ele pede a minha extradição à Itália, porém ele manda me intimar na residência das minhas filhas, que não tem nada dentro dos autos que se se referencia aquele endereço a minha pessoa… que coisa mais ameaçadora para um pai do que isso.” Por essas razões, Tagliaferro afirmou que se mudou definitivamente para a Itália.

Questionado sobre novas provas, Tagliaferro revelou que ainda possui “muito mais e novas coisas” a serem divulgadas. Além disso, Tagliaferro revelou que encaminhou todo o material de suas denúncias ao governo dos Estados Unidos e que o processo já está em andamento no Parlamento Europeu e no Parlamento Italiano. Ele não revelou os nomes das pessoas com quem conversou, mas disse que foi no “Departamento de Estado Americano”. O ex-assessor acredita que, com base em suas denúncias, “mais pessoas serão sancionadas”, incluindo auxiliares e juízes do gabinete de Moraes. Ele também expressou o desejo de se encontrar com o deputado Eduardo Bolsonaro na Itália para articular sanções contra o ministro.

Ao ser questionado sobre por que não denunciou as irregularidades enquanto ainda trabalhava no TSE, Tagliaferro foi enfático. “Para quem que eu vou denunciar, para Alexandre de Moraes ou para algum algum órgão abaixo? Alguma corregedoria?” Ele afirmou que a única forma de denunciar é de “dentro para fora” e que tentou sair diversas vezes, mas suas exonerações eram negadas. “Se eu fizesse algo desse tipo, hoje eu não estaria aqui denunciando, eu estaria morto”.

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