Manifestantes pró-Palestina marcharam em diversas cidades europeias no sábado (11), expressando uma esperança cautelosa, enquanto a primeira fase do cessar-fogo entre “Israel” e a resistência palestina em Gaza entrava em seu segundo dia.
Empunhando bandeiras palestinas e gritando: “Palestina Livre”, dezenas de milhares de manifestantes, no mais recente fim de semana de protestos, marcharam em Londres. Cerca de 5.500 pessoas compareceram em Berlim e 500 se reuniram em Viena.
Em Berna, na Suíça, confrontos eclodiram entre a polícia e os manifestantes depois que cerca de 2.000 pessoas realizaram um protesto não autorizado no centro da cidade. Alguns manifestantes, vestidos com máscaras pretas, jogaram fogos de artifício, e a polícia respondeu com gás lacrimogêneo e canhões de água.
O protesto em Berlim, muito menor e em grande parte pacífico, que duas semanas antes havia atraído cerca de 60.000 pessoas, acusou o governo alemão, um firme aliado de “Israel”, de “estar do lado errado da história”.
No centro de Londres, um mar de vermelho e verde, as cores da bandeira palestina, se formou ao longo da margem do Rio Tâmisa, onde a marcha, em sua maioria pacífica, teve início.
Ben Jamal, diretor da Campanha de Solidariedade à Palestina, que organiza os comícios mensais pró-Palestina em Londres há dois anos, declarou: “Estamos… compartilhando o alívio do povo palestino”, mas acrescentou à AFP: “mas também viemos aqui compartilhando sua apreensão de que este cessar-fogo não se sustente”.
Vestindo quefiés pretos e brancos, os manifestantes carregavam cartazes com os dizeres “Parem de matar Gaza de fome” e “Parem o genocídio”, e entoavam “Palestina Livre” e “Do rio ao mar, a Palestina será livre”.
Katrina Scales, uma estudante de sociologia e psicologia de 23 anos, disse: “Estou aqui com meus amigos para ajudar a mostrar que há, continuamente, olhos voltados para Gaza, mesmo considerando o atual cessar-fogo”, acrescentando que um cessar-fogo “não é suficiente” e que ela planejava continuar participando das marchas.
O sindicalista Steve Headley, de 50 e poucos anos, também não estava convencido, dizendo à AFP: “Esperamos que agora tenhamos os primeiros passos em direção à paz, mas já passamos por isso antes”, enquanto questionava os “planos para uma ‘riviera’ em Gaza” que o presidente Trump havia divulgado no início deste ano.
Para Miranda Finch, de 74 anos, parte de um grupo que marchava sob a bandeira de “descendentes de sobreviventes do Holocausto contra o genocídio em Gaza”, o cessar-fogo era “muito pouco”. Ela afirmou: “Os palestinos não estão voltando para o nada. Eles estão voltando para menos que o nada. Entulho em cima de corpos, em cima de esgoto.”
Participando de sua quinta manifestação com sua esposa e dois filhos, Fabio Capogreco, de 42 anos, afirmou que o cessar-fogo era “pouco, tarde demais” e pediu responsabilização para aqueles que foram cúmplices na guerra. Ele expressou uma esperança cautelosa de que mais protestos possam não ser necessários, mas sentiu que era prematuro declarar a situação resolvida.





