Segundo artigo publicado pela emissora libanesa Al Mayadeen, a Europa registrou 42 mil protestos e manifestações em apoio à Palestina em menos de um ano. A emissora advoga que esse número “significa que a causa palestina conseguiu penetrar no dia a dia europeu, materializando-se nas praças, campos e ruas principais de capitais há muito tempo descritas como reféns da narrativa israelense”.
O texto destaca três aspectos destas manifestações:
“Um nível de participação intensa: A Palestina se transformou de uma causa isolada no discurso público, sujeita à exclusão e marginalização, em uma bússola moral para protestos que atrai o mais amplo espectro de atores: partidos, sindicatos, organizações de direitos humanos, estudantes universitários e que, visivelmente, influencia a tomada de decisões (a mudança europeia na questão do reconhecimento de um Estado palestino pode ser um bom exemplo aqui).
Um nível de continuidade: As manifestações não foram apenas uma explosão inicial de raiva que se dissipou rapidamente, mas persistiram por meses a fio, refletindo uma nova consciência que não está mais ligada a uma reação momentânea.
Um nível de diversidade: Cidadãos europeus de diversas origens políticas e culturais participaram, transformando a causa palestina em um ponto de encontro que transcende divisões ideológicas.”
Por quase oito décadas, “Israel” se apresentou com sucesso na Europa como uma “pequena democracia cercada por inimigos”, enquanto a Palestina era retratada como uma preocupação de segurança ou um fardo para a estabilidade regional. No entanto, as cenas do genocídio contra Gaza, bairros destruídos, massacres de civis, fome, o assassinato deliberado de crianças e o bombardeio de hospitais e escolas, viraram essa imagem completamente de cabeça para baixo.
A Al Mayadeen considera que “os protestos na Europa se tornaram um teatro para recontar a causa com base em suas verdades originais, longe de ser uma notícia distante, e mais perto de emergir como uma história da humanidade e uma luta por direitos, narrada através de imagens de vítimas, as vozes de sobreviventes e os depoimentos de jornalistas que pagaram com suas vidas para transmitir a verdade”.
