Os Estados Unidos seguem perseguindo, em águas internacionais próximas à Venezuela, o petroleiro Bella 1, que teria se recusado a obedecer a uma ordem de parada da Guarda Costeira norte-americana no último fim de semana. As informações foram divulgadas pela emissora norte-americana CNN, que citou pessoas familiarizadas com a operação.
Segundo a reportagem, autoridades em Washington avaliam enviar uma equipe especializada treinada para abordar e tomar o controle de embarcações que não se submetem a ordens. Trata-se de um grupo de resposta marítima com preparo específico para subir a bordo e assumir o comando do navio. Fontes ouvidas pela CNN afirmaram que, por ora, o governo norte-americano já não espera que o Bella 1 volte a um porto para carregar petróleo, já que permanece em deslocamento no Atlântico sob acompanhamento de meios militares e da Guarda Costeira.
A Casa Branca tenta justificar a ação alegando que o Bella 1 faria parte de uma “frota fantasma” e operaria sob “bandeira falsa”, motivo pelo qual estaria sujeito a sanções impostas pelos próprios Estados Unidos. Autoridades norte-americanas também afirmaram que haveria uma ordem judicial que autorizaria a tomada do petroleiro, justificativa usada para dar aparência “legal” a uma operação de pirataria em alto-mar.
Segundo a CNN, a embarcação teria feito uma manobra de retorno quando foi abordada e, em seguida, seguiu rumo ao oceano Atlântico, mantendo-se em movimento desde então. Um funcionário citado pelo canal afirmou que não haveria “urgência imediata” para a abordagem porque o navio estaria vazio e continuaria se afastando da costa venezuelana.
O episódio ocorre após uma escalada das operações norte-americanas contra petroleiros nas proximidades da Venezuela em dezembro de 2025. No dia 10, forças dos EUA roubaram o superpetroleiro Skipper no Caribe, medida denunciada pelo governo venezuelano como violação do direito internacional e ato de pirataria. Em 20 de dezembro, outro navio, o Centuries, também foi alvo de uma ação pirata em águas internacionais, com helicópteros e homens armados sequestrando a embarcação.
O governo da Venezuela declarou que levaria os casos às Nações Unidas, denunciando as ações como ataques às normas do direito marítimo internacional e à liberdade de navegação, enquanto Washington discute ampliar os meios empregados para roubar o Bella 1 em alto-mar.





