Um estudo divulgado na quinta-feira (9) indica que o número oficial de palestinos mortos por “Israel” em Gaza pode ter sido subestimado em 41%, devido ao colapso do sistema de saúde de Gaza. A revista The Lancet publicou os dados a partir de estudos conduzidos por funcionários da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, da Universidade de Yale e de outras instituições.
Os pesquisadores empregaram uma técnica estatística conhecida como análise de captura-recaptura para estimar o número de mortos em Gaza. Os pesquisadores estimaram que 64.260 pessoas morreram durante esse período, o que é aproximadamente 41% maior do que a contagem oficial do Ministério da Saúde palestino em Gaza. O estudo indicou que 59,1% das vítimas eram mulheres, crianças e indivíduos com mais de 65 anos.
O estudo da The Lancet observou que a capacidade do Ministério da Saúde de Gaza de manter registros eletrônicos precisos de mortes era confiável, mas diminuiu a sua capacidade durante a guerra israelense. Esse declínio foi atribuído a ataques a hospitais e outras instalações de saúde, bem como interrupções nos sistemas de comunicação digital.
Os relatórios também indicaram que muitos corpos foram enterrados sob os escombros de edifícios destruídos, levando à sua exclusão das contagens de vítimas. Para resolver essas lacunas, o estudo da The Lancet usou um método comumente empregado para avaliar as mortes em outras zonas de guerra, como Cossovo e Sudão.
De acordo com o estudo, analisando dados de pelo menos duas fontes independentes, os pesquisadores foram capazes de identificar indivíduos que apareceram em várias listas de vítimas. De acordo com o estudo, essas informações ajudam a estimar o número total de fatalidades.
Para o estudo de Gaza, os pesquisadores compararam o número oficial de mortos do Ministério da Saúde, que inicialmente dependia apenas de corpos levados a hospitais nos primeiros meses da guerra. Com o tempo, a contagem se expandiu para incluir dados de uma pesquisa online distribuída pelo ministério aos palestinos dentro e fora de Gaza.
A pesquisa pediu informações como números de identificação palestinos, nomes, idade na morte, sexo, local da morte e fonte de relatório. Além disso, obituários compartilhados nas redes sociais foram usados como fonte de dados.