Cerca de 300 estudantes da Universidade Estadual Paulista (UNESP) em Bauru ocuparam o Restaurante Universitário (RU) na última terça-feira (8), entre 11h e 13h, em um protesto contra a terceirização do serviço, o sistema de reservas e a insuficiência de refeições. O ato, chamado de “panelaço” e “entraço”, teve apoio de funcionários e foi organizado pelo Conselho Estudantil da Unesp Bauru (CEUB). Os alunos reivindicam mais vagas para alimentação, que custa R$ 2,50 por refeição, e ameaçam greve caso as demandas não sejam atendidas.
O RU oferece 1.300 refeições diárias (800 no almoço e 500 no jantar), mas a graduação tem mais de 6 mil estudantes, sem contar a pós-graduação. “Claramente, não atende nem 25% dos estudantes”, declarou o organizador do CEUB, Muriel Trotti Veronezzi, ao Jornal da Cidade.
Ele destacou que o problema se agrava no início do ano com os calouros e criticou atrasos nos auxílios socioeconômicos. A estudante de design Luanna Vieira relatou: “universitários já ficaram sem comida devido à má gestão do sistema de reserva de refeições”, apontando ainda a precariedade das condições de trabalho das funcionárias do RU. Nas redes sociais, estudantes ampliaram o coro.
Em publicação no X, o perfil @Ju_Unesp escreveu: “o RU terceirizado é um caos, reserva não funciona e a comida acaba em minutos”. Outro estudante, identificado como @PedroUnespBauru, publicou: “não é só comida, é dignidade, a Unesp abandona quem precisa”.
Dados da universidade mostram que, em 2023, 40% dos alunos dependiam de auxílios para permanência, mas os repasses caíram 15% desde 2020, segundo o portal g1. A terceirização do RU, iniciada em 2018, é alvo recorrente de atos, que se intensificam no primeiro semestre. A ocupação expõe a crise na gestão da Unesp, agravada por cortes no orçamento estadual.
Em 2024, o governo paulista destinou R$3,2 bilhões à universidade, 10% menos que em 2019, conforme o TCE-SP.