A 53ª Universidade de Férias do Partido da Causa Operária (PCO) está se aproximando do fim. Organizado em conjunto com o Acampamento de Férias da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), o evento reuniu participantes de todas as regiões do País em Sorocaba, interior de São Paulo.
Vinda diretamente de Recife, Marina Dias, militante do Partido, descreveu a programação do sexto dia de acampamento ao Diário Causa Operária (DCO):
“Começamos o dia com o café da manhã e, em seguida, tivemos a quinta aula da Universidade Marxista. Rui [Costa Pimenta] falou sobre as etapas da revolução e finalizamos a aula falando sobre a revolução permanente”, disse.
Dias também comentou que, na exposição, Pimenta, presidente nacional do PCO, informou que o mais novo livro da editora Demócritos chegaria nesta sexta-feira (11) como uma exclusividade aos membros do acampamento. Dito e feito: ao final do dia, o livro estava disponível para venda pela Loja do PCO, que tem banquinha própria dentro do acampamento.

“Selecionamos o texto A Revolução Permanente, de Trótski, escrito no final dos anos 20. Publicamos, para não ficar um livro muito grande, a primeira introdução do livro e o capítulo final, no qual o Trótski resume as teses que ele desenvolve no livro todo. Também publicamos todo o Balanço e Perspectivas, que é onde ele aborda pela primeira vez a teoria da revolução permanente e mostra claramente que, em países atrasados, a revolução deve ser feita pela classe operária para resolver, inclusive, os problemas que não foram resolvidos pelas revoluções burguesas, que não aconteceram nesses países. Além disso, publicamos o livro Três Concepções sobre a Revolução Russa, em que ele coloca as teorias dos bolcheviques, dele, do próprio Lênin e dos mencheviques em relação à classe operária, explicando como surgiu todo esse debate teórico, que é um debate teórico de fundamental importância, principalmente para a gente que mora aqui no Brasil”, afirmou Juca Simonard, um dos responsáveis pela edição do livro, ao DCO.
Ele explicou que, pelo fato de não vivermos em um país imperialistas, estas teorias se aplicam diretamente aqui, inclusive para o estudo da própria revolução no País.
“Para finalizar, selecionamos para o apêndice a mensagem do Comitê Central da Liga dos Comunistas, organização fundada por Marx e Engels, publicada na circular interna do partido”, disse.
Simonard explicou que é neste texto que, pela primeira vez, Marx e Engels abordam o termo “revolução permanente”, ainda em 1850. “Eles falam claramente que a classe operária tem que lutar, tem que fazer uma revolução permanente para conquistar o poder político”, afirmou.
Além do mais novo livro da editora Demócritos, intitulado Sobre a teoria da revolução permanente, a Loja do PCO possui dezenas de produtos para os participantes do acampamento adquirirem.
Francisco Muniz, membro da equipe da Loja, enviou a este Diário uma mensagem especial descrevendo tudo aquilo que eles têm a oferecer:
“A Loja do PCO tem o orgulho de oferecer para vocês diversos produtos. Alguns vocês já conhecem, todas as nossas camisetas da resistência, a série de camisetas Palestina Livre — com a bandeiras, com a estampa especial sobre as mulheres palestinas. Nosso mais novo produto, que é a Mulher Partisã, é uma camiseta na cor off-white, mostrando uma mulher com um rifle na mão.”
Muniz também ressaltou que o lançamento da Demócritos pode ser adquirido por apenas 80 reais diretamente com os vendedores da Loja do PCO. “Nesse livro, você encontrará todo o conteúdo do curso. Entre em contato conosco e adquira o seu”, detalhou. Mas atenção, pois a edição é limitada e pode esgotar a qualquer momento!
Chegando a noite, os participantes se organizaram em grupos de estudo para discutir aquilo que foi visto na aula ministrada por Rui Costa Pimenta:

Depois, foi servido o jantar. Dessa vez, todos puderam desfrutar de uma deliciosa moqueca de peixe acompanhada de um pirão:

Por fim, a equipe do DCO conversou com Expedito Mendonça, membro da Direção Nacional do PCO, que compartilhou sua experiência de décadas no Partido:
“Participei do primeiro acampamento da Aliança da Juventude Revolucionária, em 1997, mais ou menos. Hoje estamos aqui na 53ª Universidade de Férias, são mais de 26 anos. Com muitos cursos, debates, exposição sobre os temas mais variados, mas tudo versando sobre o marxismo, a luta de classes, a organização dos trabalhadores, a trajetória do movimento operário, a história do movimento operário”, afirmou.
Ele explicou, nesse sentido, a importância da atividade organizada pelo partido trotskista:
“É uma escola de formação que não tem paralelo no País e talvez no mundo. Se formos contabilizar quantas pessoas já passaram por essa universidade, chegaremos a números como de 10 mil pessoas desde a fundação, desde o início da primeira edição, lá em 1997.”
Mendonça também criticou a política do resto da esquerda brasileira, que não entende a importância de organizar atividades como as feitas pelo PCO:
“Ressalto o caráter educativo e de formação da vanguarda da Universidade de Férias do PCO, coisa que a esquerda brasileira não faz. A esquerda brasileira não investe em formação teórica, e o Partido da Casa Operária tem essa iniciativa há mais de 25 anos.”
O dirigente do PCO detalhou a variedade de pessoas presentes nesta edição do acampamento, que conta com a participação de jovens, crianças e pessoas de maior idade, desde índios, até trabalhadores, estudantes, árabes e mais. “O PCO e a AJR estão de parabéns por mais essa iniciativa brilhante de formação política e de evolução da consciência dos trabalhadores brasileiros”, afirmou.
Finalizamos este artigo com a frase de Ana Tereza, brasiliense de apenas nove anos:
“Estou gostando muito e estou triste que está acabando.”





